Quero tratar aqui de duas questões que estão absolutamente imbricadas: o resultado das eleições municipais e as invasões de escolas em alguns Estados, muito especialmente no Paraná, onde o movimento é mais forte porque, de fato, é conduzido pelo PT e pelo sindicato da rede oficial de ensino do Estado, a tal APP Paraná, que agora usa Mafaldinhas & Remelentos do ensino médio para fazer política.
A esquerda foi rechaçada nas urnas. Tem um de seus piores desempenhos desde a redemocratização. O país conta com 5.570 cidades. PT, PCdoB, Rede e PSOL conseguiram eleger prefeitos em 344 — vale dizer: em 6,17% do total. Eis o tamanho dos vermelhos nas eleições municipais. O que isso significa? Já escrevi aqui: a população votou majoritariamente contra o Velho Regime e em favor do Novo.
Ora, é claro que a imensa maioria dos eleitores tem informações sobre a existência de uma PEC que estabelece o teto de gastos e sobre uma MP que muda o ensino médio. Mesmo assim, os partidos identificados com essa pauta tiveram, então, a adesão de mais de 90% da população que votou. Só não faço a conta exata porque partidos como o PSB e o PDT se dividiram. Mas o resultado final é esmagador.
Muito bem! Que modo o PT e seus satélites de esquerda encontraram para deixar claro que existem? Como sempre, optaram por sabotar a democracia. É isso o que significa o movimento de ocupação de escolas, especialmente no Paraná. Ruim de teses e de votos, a esquerda, no entanto, continua boa de marketing: inventou até uma tal Ana Júlia, de 16 anos, filha de um militante petista, para ser a pensadora das invasões. É aquela moça de raciocínio singelo: “se a escola é para os estudantes, e se nós somos estudantes, a escola, então, é nossa, e podemos invadir”. E a esmagadora maioria que quer aula? A filósofa tem a resposta: que se submeta ao “coletivo”. Quem é “o coletivo”? A minoria invasora. É a neta moral da Marilena Chaui
Lula, que não cumpriu a sua obrigação de votar, ligou para ela para incentivar as invasões.
Nos dois casos, evidencia o respeito que tem pela democracia.
O resultado no Paraná não foi diferente. Tomem Curitiba como exemplo. O petista Tadeu Veneri obteve 4% dos votos no primeiro turno. A Xênia, do PSOL, ficou com 1,15%. E pronto! Esse é tamanho que tem na capital paranaense as forças que apoiam a invasão. E, no entanto, há centenas de escolas tiranizadas por vândalos. Mais um dado: Rafael Grecca (PMN), apoiado pelo governador Beto Richa (PSDB), venceu a disputa contra Ney Leprevost: 53,25% contra 46,75%.
No dia seguinte à eleição, um grupo de mascarados, supostos secundaristas, invadiu mais um prédio na capital: o Núcleo Regional de Educação.
O que dizer é o que fazer?
Respondo
Não é o que a sociedade quer, é evidente. As urnas deixam isso claro. O movimento, no entanto, conta com o apoio de setores expressivos da imprensa, tomada de esquerdistas. No Paraná e em qualquer lugar. Uma visão acanalhada e ilegalista do processo político faz supor que tanto invasores como estudantes que querem ter aula são partes legítimas do processo. Os desordeiros contam com uma intervenção mais dura da Polícia para ver se o movimento se alastra. Quem já deveria ter entrado em ação em defesa do direito de cidadãos, chamados estudantes, de ter aula? O Ministério Público Federal. Até agora não moveu uma palha.
O Movimento Brasil Livre, heroicamente, tem tentado enfrentar os brucutus, debaixo de porrada física dos trogloditas e de porrada moral dos setores vigaristas da imprensa.
Sabem a melhor coisa a fazer, em todas as esferas? Declarar encerrada qualquer forma de diálogo. Que os invasores apodreçam dentro dos prédios. Mas que lhes sejam cortados água, luz, telefone… Sim, certamente a questão chegará à Justiça. Que vá até os tribunais superiores. Os senhores juízes terão de dizer se a invasão de um prédio público é uma forma honesta de reivindicação.
Se disserem que sim, estarão convidando o “povo” a invadir os tribunais. E aí não vale chamar a Polícia.
E a sociedade organizada do Paraná que decida, então, até quando 94% da população continuará tiranizada por 6%.
Fim de papo! Fim da água! Fim da luz! Fim da linha!
É assim que se lida com fascistas.
Ah, sim: que a Polícia seja colocada na porta das escolas. Ninguém mais entra. Só sai. Vamos ver até quando resistem esses heróis do fascismo. “Ah, mas a coisa pode se espalhar…” Que se espalhe e que seja dado o mesmo tratamento.
Ou é isso ou é condescender com fascistas.
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