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sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Petistas não comemoram prisão de Cunha porque, pelo mesmo método, Lula pode ser preso

Coitados dos petistas!

Durante um bom tempo, vamos convir, os dirigentes do partido podiam dar aula de pragmatismo e de, sim!, inteligência na relação com as coisas da política. Uma inteligência necessariamente maligna, voltada ao enrijecimento da cultura democrática e, no limite, favorável à criação do Partido Único — único com chances de governar. Todo o resto seria constituído de irrelevâncias.

A coisa desandou por razões conhecidas. E agora não se acha mais o rumo. Os chefões petistas, informa a http://ift.tt/2epc5Np, não comemoraram a prisão de Eduardo Cunha. Rui Falcão apontou o excesso de prisões cautelares na Lava Jato e disse que elas são um instrumento para forçar delações. Bem, até aí, concorde-se ou não, nada de muito exótico.

Falcão deveria dizer o nome do que realmente o preocupa: Lula. Ora, durante a Operação Satiagraha, conduzida pelo Delegado Protógenes Queiroz — um aliado dos petistas, que depois virou deputado federal do PCdoB —, os petistas se jactavam, em meio a arbitrariedades várias (o delegado veio a ser punido, depois, em razão de suas heterodoxias), de que, no Brasil, a impunidade acabara. Afinal, o alvo principal daquela operação era um então inimigo de parte considerável do PT: Daniel Dantas.

Por que o berreiro petista de agora? Garantias Constitucionais? Artigo 312 do Código de Processo Penal? Estado de Direito? Ora, isso tudo poderia ter sido evocado naquele período. E não foi.

O que assunta o PT é outra coisa: Lula é réu, como réu é Eduardo Cunha. Assim como a Cunha, também imputa-se a Lula uma penca de ações criminosas. Assim como a preventiva do ex-deputado foi decretada assentando-se basicamente nos fatos do passado, não na iminência do cometimento de novos crimes, também Lula pode ir em cana. O que foi mesmo que disse mesmo Moro em sua palestra, sobre a leitura pessoal que faz do Artigo 312 do Código de Processo Penal? Lembro: “Quando a regra do jogo é a corrupção, não admitir o risco de reiteração criminosa me parece incorreto”.

O medo é claro: se Cunha foi, Lula pode ser o próximo.

E, para arrematar, observo que os companheiros, de fato, não aprenderam nada. Um dos dirigentes disse à Folha esta pérola: a prisão de Cunha acentua o erro de avaliação cometido por ele e pelo hoje presidente Michel Temer ao apostar no afastamento de Dilma como instrumento de interdição da Operação Lava Jato.

Vejam que fabuloso: os petistas sempre disseram que a Lava Jato é uma conspiração que tem Lula e o PT como alvos. Mas, por alguma estranha razão, sustentavam também que o impeachment de Dilma era uma forma de… brecar a Lava Jato. Sendo uma coisa, não poderia ser outra; sendo outra, não poderia ser uma. Só a esquizofrenia política do petismo conseguiria casar as duas anaálises.

Ora, a prisão de Cunha evidencia que aquele tal complô, então, não existia, já que uma força dita “golpista” teria mandado prender a outra. Logo, um ser lógico concluiria o erro fatal daquela leitura. Mas não! Usam a prisão de Cunha, evidência maior de que estavam errados, como a prova de que estavam certos.

Será muito difícil o PT sobreviver. O partido é hoje o maior inimigo de si mesmo. Como disse o velho Marx, tornou-se “vítima de sua própria concepção de mundo”.

Que morra logo!



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