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sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Palocci, prisão temporária, prisão preventiva e ameaça à democracia…

Não acho que Antonio Palocci viva uma vida ortodoxa. A minha convicção pessoal é que é culpado e tem de ser preso. E isso tem de se dar de acordo com o devido processo legal.

Há um procedimento estranho da força-tarefa e do juiz Sergio Moro. Na petição inicial, a PF havia pedido justamente a prisão PREVENTIVA de Palocci.

O juiz, então, argumentou que a considerava procedente porque:
– não se havia conseguido rastrear o dinheiro que a força-tarefa sustenta ter sido desviado;
– como não se conseguiu chegar à grana, então havia o risco de haver a dissipação desse dinheiro — aquele que não foi encontrado;
– e o juiz também apontou o risco de fuga.

Aí concluiu o juiz: é o caso, sim, de preventiva, aquela prisão sem prazo. Mas, de súbito, Moro deu um cavalo de pau na argumentação e optou pela prisão temporária. Trecho das duas considerações:

TRECHO EM QUE ELE DIZ QUE A PREVENTIVA É JUSTIFICÁVEL
“Não se pode olvidar a gravidade em concreto dos crimes em apuração, com fundada suspeita de que pelo menos cento e vinte e oito milhões de reais tenham sido repassados, por meios fraudulentos sofisticados, como propina a Antônio Palocci Filho e ao seu grupo político. Viável, portanto, em principio, a decretação da prisão preventiva requerida.”

TRECHO EM QUE ELE DIZ QUE VAI OPTAR PELA TEMPORÁRIA
“Entretanto, reputo nesse momento mais apropriada em relação a eles a prisão temporária, como medida menos drástica, o que viabilizará o melhor exame dos pressupostos e fundamentos da preventiva após a colheita do material probatório na busca e apreensão”.

Logo…

Logo, estava na cara que Moro decretaria a preventiva. Espero as novas diligências. Segundo a PF, há indício de que pode ter havido a subtração de material probatório.

Ameaça à ordem democrática?
No despacho de agora, quando opta pela preventiva, Moro reafirma os pressupostos do anterior e introduz uma nova motivação para a preventiva, que é, até onde se sabe, uma inovação no Código de Processo Penal:
“Embora a prisão cautelar seja um remédio amargo, é melhor do que a contaminação da democracia pela corrupção sistêmica. Em um determinado nível, a corrupção coloca em risco a própria qualidade de democracia, com afetação das eleições livres e do regular funcionamento das instituições. Trata-se de um retrato de uma democracia vendida. É nesse contexto que deve ser compreendido o emprego, na forma da lei e ainda pontual, das prisões preventivas na assim denominada Operação Lava Jato”.

Não entendi direito se ele acha haver risco de a democracia brasileira ser uma “democracia vendida” ou se ela já é isso. Se for, estamos fritos porque os Três Poderes da República são, então, ilegítimos.

Nunca tinha pensado nestes termos: “O que é pior? Democracia vendida ou remédio amargo?”. Bem, quem não escolheria o remédio amargo, né?



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OS PINGOS NOS IS – O valor da lei



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Conforme previsto, Moro aceita pedido de prisão preventiva para Palocci

Conforme tratei no post abaixo, o juiz federal Sérgio Moro acatou o pedido de prisão preventiva de Antonio Palocci, investigado na Lava Jato por relações com a Construtora Odebrecht. Branislav Kontic, ex-assessor de Palocci na Casa Civil também teve a prisão preventiva decretada e o ex-chefe de gabinete da Fazenda, Juscelino Dourado, foi libertado pelo juiz, que determinou medidas cautelares como a entrega do passaporte e a proibição de deixar o país.

Palocci foi preso em caráter provisório na segunda-feira, 26, e em depoimento dado ontem, o ex-ministro negou envolvimento em negócios com a Odebrecht, o recebimento de propinas e ser o “italiano” das planilhas do setor de Operações Estruturadas da construtora investigadas pela Lava Jato. No entanto, em seu despacho, Moro afirmou os riscos de continuidade delitiva, de destruição de provas e de fuga: “Nem o afastamento de Antonio Palocci Filho de cargos ou mandatos públicos preveniu a continuidade delitiva e, por outro lado, os crimes foram praticados no mundo das sombras, através de transações subreptícias, tornando inviável a adoção de medidas cautelares alternativas que possam prevenir a continuidade da prática delitiva”, justificou o juiz, sobre a prisão.

 



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Palocci — Força-tarefa pede a Moro conversão de prisão temporária em preventiva. É claro que juiz vai aceitar

Há coisas que são óbvias, né? Pelo menos para quem sabe ler o jogo. E era óbvio que a prisão preventiva de Antonio Palocci seria pedida, como antecipei aqui.

PALOCCI PREVENTIVA

O delegado da PF Filipe Hille Pace encaminhou tal pedido a Sergio Moro. Quer que o mesmo aconteça com Branislav Kontic, braço-direito do ex-ministro. Os 13 procuradores da força-tarefa endossam o pedido.

As acusações contra Palocci são reiteradas, num documento de 86 páginas. Será que Moro vai conceder? Ousaria dizer que sim. No despacho em que decidiu pela prisão temporária de Palocci, escreveu o magistrado:

Embora tenha sido identificada, em cognição sumária, o repasse de cerca de cento e vinte e oito milhões de reais em propinas, não foi possível rastrear ainda documentalmente os valores, salvo em relação a parte dos pagamentos efetuados ao publicitário João Cerqueira de Santana Filho por serviços prestados ao Partido dos Trabalhadores e do pagamento consubstanciado na aquisição subreptícia pelo Grupo Odebrecht do prédio destinado à implantação do Instituto Lula. Considerando o modus operandi verificado nas ações penais 5019727­95.2016.4.04.7000 e 5036528­23.2015.4.04.7000, é possível que os pagamentos tenham, em parte, ocorrido em contas secretas no exterior ainda não identificadas ou bloqueadas. Enquanto não houver tal identificação, há um risco de dissipação do produto do crime, o que inviabilizará a sua recuperação. Enquanto não afastado o risco de dissipação do produto do crime, presente igualmente um risco maior de fuga ao exterior, uma vez que os investigados poderiam se valer de recursos ilícitos ali mantidos para facilitar fuga e refúgio no exterior. Risco à ordem pública.

O contexto não é de envolvimento episódico em crimes de corrupção e de lavagem de dinheiro, mas do recebimento sistemático de propinas, remontando a relação entre o Grupo Odebrecht e Antônio Palocci Filho a pelo menos 2006 e estendendo­se por anos. Observa­se que, pela aludida planilha, ainda há saldo a ser pago de propinas e o fato dele não mais exercer cargo ou mandato público não impediu que continuasse como recebedor ou intermediador de pagamentos, em 2012 e 2013 pelo menos, para o seu grupo político.

Por outro lado, não se pode olvidar a gravidade em concreto dos crimes em apuração, com fundada suspeita de que pelo menos cento e vinte e oito milhões de reais tenham sido repassados, por meios fraudulentos sofisticados, como propina a Antônio Palocci Filho e ao seu grupo político. Viável, portanto, em principio, a decretação da prisão preventiva requerida.

Entretanto, reputo nesse momento mais apropriada em relação a eles a prisão temporária, como medida menos drástica, o que viabilizará o melhor exame dos pressupostos e fundamentos da preventiva após a colheita do material probatório na busca e apreensão. É certo que, no curto prazo da temporária, será difícil o exame completo do material pela Polícia, mas é possível que verificações sumárias, aliadas aos depoimentos dos investigados joguem melhor luz sobre o mundo de sombras que encobre a sua atividade.

A prisão temporária ampara­-se ainda nos indícios de prática de crimes de corrupção, lavagem, fraudes, além de associação criminosa. É necessária no período do cumprimento dos mandados de busca e apreensão para prevenir qualquer afetação das provas, como produção de documentos falsos, ou supressão de documentos.

Como resta evidente, Moro dizia enxergar, sim, razões para decretar a prisão preventiva de Palocci, mas, não se sabe por quê, escolheu a temporária. Os motivos apontados são estranhos.

No pedido de 86 páginas, o delegado reforça as suspeitas de que Palocci atuava como um elo do PT com a Odebrecht, intermediando assuntos de interesse da empreiteira, e afirma ainda haver indícios de que o ex-ministro teria recebido todos os valores ilícitos lançados nas planilhas da Odebrecht que fazem referência a “Italiano” e somam R$ 128 milhões.

A PF diz ver indícios de destruição de provas em sua empresa de consultoria Projeto antes da Operação Omertà, deflagrada na segunda, 26. O entendimento foi reforçado pelos procuradores da força-tarefa da operação, que encaminharam a Moro um pedido endossado as solicitações da PF.

“Tais vantagens, em sua grande maioria traduzidas em dinheiro em espécie, ainda não foram rastreadas a partir desta investigação, motivo pelo qual não existe qualquer medida cautelar diversa da prisão que inviabilize Antonio Palocci Filho e Branislav Kontic – seu funcionário até a presente data – de praticarem atos que visem a ocultar e obstruir a descoberta acerca do real paradeiro e emprego dos recursos em espécie recebidos”, diz o delegado.

Escreve ainda o delegado:
“Foram constatadas que diversas estações de trabalho na empresa (Projeto) estavam plenamente equipadas, à exceção dos gabinetes dos computadores, o que pode indicar que tenham sido até mesmo destruídos ou colocados fora do alcance da Polícia Federal.”



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E Dilma volta ao STF com o seu chororô…

Ai, ai…

Mais do mesmo. Quem deve estar sentindo comichão é Ricardo Lewandowski.

A defesa da ex-presidente Dilma Rousseff apresentou ao Supremo Tribunal Federal um novo pedido de anulação do impeachment da petista, com pedido para que ela retorne ao cargo imediatamente. Só isso!

No mandado de segurança, José Eduardo Cardozo, ex-ministro da Justiça, argumenta as mesmas coisas que já disse ao longo de todo o processo e fala em criação de “pretextos” para aprovar o impeachment. Afirmou, por exemplo, que “a maioria parlamentar, mesmo que expressiva”, não pode decidir o futuro de um presidente da República “sem a invocação plausível e minimamente demonstrada da real ocorrência de um crime de responsabilidade”.

O ex-ministro  escreveu também que o presidente Michel Temer, à época vice-presidente, articulou a condenação da petista no Congresso, primeiro na Câmara e, em seguida, no Senado. Por fim, ele argumentou que a articulação para retirar Dilma da Presidência se deu pelos “derrotados na eleição de 2014″, que queriam chegar “ao poder mesmo sem ter os votos que legitimariam essa condição”.

Trata-se de uma soma de coisas estúpidas. Eis a forma como o petismo entende o direito.

Em primeiro lugar, o crime de responsabilidade foi cometido. Isso já torna a tese insustentável.

Quanto ao mais, dizer o quê? Ainda que Temer tivesse atuado para conquistar a tal maioria necessária, em que isso mudaria o crime de responsabilidade cometido? Pergunta óbvia: Dilma não tentou articular a “minoria parlamentar” necessária para se manter no cargo?

Cardozo perdeu também o senso de ridículo.

Ah, sim: a tese de que ela só caiu porque ficou sem sustentação no Congresso é verdadeira, sem que isso macule a razão essencial por que caiu. Sempre lebrando que ela precisava apenas um terço da Câmara e de um terço do Senado.

Nem isso conseguiu.



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LAVA JATO: PF PEDE PRISÃO PREVENTIVA DE ANTONIO PALOCCI POR TEMPO INDETERMINADO.

Antonio Palocci se encontra detedido na carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Foto do site do Estadão.
O delegado da PF Filipe Hille Pace, da força-tarefa da Lava Jato no Paraná, pediu nesta sexta-feira, 30, ao juiz Sérgio Moro a conversão da prisão temporária do ex-ministro Antonio Palocci e de seu braço direito Branislav Kontic em preventiva – por tempo indeterminado.
Palocci foi preso na Operação Omertà na segunda-feira, 26, por suspeita de recebimento de propinas da Odebrecht.
No pedido de 86 páginas, o delegado reforça as suspeitas de que Palocci atuava como um elo do PT com a Odebrecht, intermediando assuntos de interesse da empreiteira, e afirma ainda haver indícios de que o ex-ministro teria recebido todos os valores ilícitos lançados nas planilhas da Odebrecht que fazem referência a “Italiano” e somam R$ 128 milhões.
O delegado aponta também que o ex-ministro teria orientado a destruição de provas em sua empresa de consultoria Projeto antes da Operação Omertà, deflagrada na segunda-feira, 26, e que teve o ex-ministro como alvo maior.
“Tais vantagens, em sua grande maioria traduzidas em dinheiro em espécie, ainda não foram rastreadas a partir desta investigação, motivo pelo qual não existe qualquer medida cautelar diversa da prisão que inviabilize Antonio Palocci Filho e Branislav Kontic – seu funcionário até a presente data – de praticarem atos que visem a ocultar e obstruir a descoberta acerca do real paradeiro e emprego dos recursos em espécie recebidos”, afirma o delegado.
Filipe Pace aponta que, nas buscas realizadas na Projeto, empresa de consultoria do ex-ministro sediada em São Paulo que foi alvo da Omertà, os agentes da PF identificaram suspeita de que Palocci e seu assessor teriam atuado para destruir provas.
“Foram constatadas que diversas estações de trabalho na empresa (Projeto) estavam plenamente equipadas, à exceção dos gabinetes dos computadores, o que pode indicar que tenham sido até mesmo destruídos ou colocados fora do alcance da Polícia Federal.”
Em relação ao ex-assessor de Palocci, Juscelino Dourado, Filipe Pace afirmou que “parece ele não ter mais relações com Antonio Palocci” e que, portanto, não haveria risco caso ele fosse solto e cumprisse medidas alternativas da prisão. Do site do Estadão


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LAVA JATO: PEDIDA PRISDÃO PREVENTIVA DE ANTONIO PALOCCI POR TEMPO INDETERMINADO.

O delegado da PF Filipe Hille Pace, da força-tarefa da Lava Jato no Paraná, pediu nesta sexta-feira, 30, ao juiz Sérgio Moro a conversão da prisão temporária do ex-ministro Antonio Palocci e de seu braço direito Branislav Kontic em preventiva – por tempo indeterminado.
Palocci foi preso na Operação Omertà na segunda-feira, 26, por suspeita de recebimento de propinas da Odebrecht.
No pedido de 86 páginas, o delegado reforça as suspeitas de que Palocci atuava como um elo do PT com a Odebrecht, intermediando assuntos de interesse da empreiteira, e afirma ainda haver indícios de que o ex-ministro teria recebido todos os valores ilícitos lançados nas planilhas da Odebrecht que fazem referência a “Italiano” e somam R$ 128 milhões.
O delegado aponta também que o ex-ministro teria orientado a destruição de provas em sua empresa de consultoria Projeto antes da Operação Omertà, deflagrada na segunda-feira, 26, e que teve o ex-ministro como alvo maior.
“Tais vantagens, em sua grande maioria traduzidas em dinheiro em espécie, ainda não foram rastreadas a partir desta investigação, motivo pelo qual não existe qualquer medida cautelar diversa da prisão que inviabilize Antonio Palocci Filho e Branislav Kontic – seu funcionário até a presente data – de praticarem atos que visem a ocultar e obstruir a descoberta acerca do real paradeiro e emprego dos recursos em espécie recebidos”, afirma o delegado.
Filipe Pace aponta que, nas buscas realizadas na Projeto, empresa de consultoria do ex-ministro sediada em São Paulo que foi alvo da Omertà, os agentes da PF identificaram suspeita de que Palocci e seu assessor teriam atuado para destruir provas.
“Foram constatadas que diversas estações de trabalho na empresa (Projeto) estavam plenamente equipadas, à exceção dos gabinetes dos computadores, o que pode indicar que tenham sido até mesmo destruídos ou colocados fora do alcance da Polícia Federal.”
Em relação ao ex-assessor de Palocci, Juscelino Dourado, Filipe Pace afirmou que “parece ele não ter mais relações com Antonio Palocci” e que, portanto, não haveria risco caso ele fosse solto e cumprisse medidas alternativas da prisão. Do site do Estadão


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Sponholz: Janot quer fatiar.




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Brasil já tem 12 milhões de desempregados

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou hoje, 30 de agosto, a Pnad Contínua – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua: o desemprego subiu para 11,8% no trimestre encerrado em agosto. Nos três meses anteriores, a taxa estava em 11,2% e já era a maior da série histórica. São 12 milhões de pessoas desocupadas no país. Em relação ao trimestre anterior (março, abril e maio), a população desempregada cresceu em 583 mil pessoas, ou 5,1%.

Foram fechados 712 mil postos de trabalho neste trimestre.

O rendimento médio real habitualmente recebido pelos brasileiros teve uma variação negativa estatisticamente pouco significativa: a renda média foi de R$ 2.011, 0,2% a menos que os R$ 2.015 do trimestre imediatamente anterior e 1,7% a menos que os R$ 2.047 registrados no mesmo período do ano passado.



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Juiz estende ao Facebook a proibição de apoio do MBL a Fernando Holiday

Decisão da Justiça, como se sabe, tem de ser cumprida  — recorrendo-se quando é o caso —, mas também tem de ser discutida, não é mesmo? O juiz Marcio Teixeira Laranjo havia proibido, na terça-feira, o MBL de apoiar, em sua página na Internet e em seu canal no Youtube, a candidatura de Fernando Holiday (DEM) a vereador em São Paulo. Ele é um dos coordenadores nacionais do movimento. Atendia a uma ação movida por um candidato do PSOL chamado Todd Tomorrow.

Nesta quinta, o juiz estendeu a proibição ao Facebook. Ancora a sua decisão no Inciso I, do Parágrafo 1º da Lei 9.504, que proíbe páginas de pessoa jurídica de apoiar candidatos. Pois é… O MBL tem personalidade jurídica porque, sem isso, não consegue nem alugar uma sala como é sabido. Sem isso, não consegue receber doações para custear suas atividades. Entre seus atos heroicos, chamemos assim, está a organização, junto com outros movimentos, das maiores manifestações de protesto da história do país: aquelas havidas em favor do impeachment.

Ou alguém acha que teria havido o impedimento de Dilma sem as ruas?

De resto, constate-se: quando a lei proíbe páginas de pessoas jurídicas de apoiar candidatos, suponho que o texto legal esteja querendo se referir a empresas. Será que o MBL pode ser considerado uma empresa?

Transcrevo aqui trecho de uma outra decisão, também referente ao MBL, esta tomada pelo juiz Jorge Corte Júnior, de Pirassununga. Também ele recebeu um pedido para que o MBL da cidade suspendesse o apoio no Facebook ao candidato Lawrence Bianchini Barnabé Waclawiak. Leiam o que escreveu o meritíssimo:
“Em que pese a documentação às fls. 18 e o rito do art. 57-C da Lei das Eleições não vejo razões para fazer cessar aquela postagem a uma porque a caracterização do MBL como empresa é no mínimo questionável e sobretudo porque como já decidiu o TSE, “deve prevalecer a LIBERDADE DE EXPRESSÃO, quando a opinião for manifestada por popular devidamente identificado”.

E o juiz escreveu algo ainda mais relevante:
“Em se tratando de “movimento”, figura relativamente nova no cenário político eleitoral, penso que a jurisprudência dos Tribunais Superiores deve aclarar mais a questão, razão pela qual, na dúvida, valho-me da interpretação mais favorável ao candidato réu, de modo a propiciar maior debate.”

Santo Deus! É isso! As democracias privilegiam, antes de tudo, a liberdade de expressão.

Em tempos em que pipocam informações de que o crime organizado se imiscuiu nas eleições — e talvez isso explique as 28 vítimas acumuladas só nesta campanha de 2016 —; em tempos em que se discutem formas de barateamento de campanha, eu me pergunto se é razoável que um movimento de inequívoco caráter político, que empresa não é, possa ser impedido de apoiar candidatos.

A minha pergunta é meramente retórica. Tenho a certeza de que razoável não é.



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MINHA COLUNA NA FOLHA – “Carandiru: o massacre da lei”

Errou feio o editorial desta Folha, nesta quinta, ao ignorar que a anulação dos julgamentos dos 74 PMs que participaram do chamado “massacre do Carandiru” apenas exercita a lei. Para o jornal, tratou-se de uma “mostra de inabalável inapetência” do Judiciário “por cumprir sua razão de ser”. A crítica, no caso, é dirigida ao Tribunal de Justiça de São Paulo, particularmente aos três desembargadores que tomaram a decisão: Ivan Sartori, Camilo Léllis e Edison Brandão.

Se é assim, então foram inapetentes porque decidiram seguir o que está escrito em vez de fazer justiça com a própria toga –já há quem pense que policiais devem fazer justiça com o próprio revólver. Por óbvio, discordo de uma coisa e de outra. E noto que, seja para tratar desse caso, seja para apontar algumas atitudes da força-tarefa da Lava Jato que desbordam do devido processo legal, o mais difícil, no Brasil, tem sido defender o único conjunto capaz de nos unir nas diferenças: o arcabouço legal. Sem ele, sobram tiro, porrada e bomba.

Alguns pretendem jogar esse arcabouço no lixo por sede de vingança e mandam às favas os direitos humanos; outros, como acredito que seja o caso deste jornal, por fome civilizatória, em nome dos direitos humanos. Se o que se ignora é o pactuado, estão todos errados. Segundo explicita de maneira inequívoca o Artigo 41 do Código de Processo Penal, as condutas criminosas têm de ser individualizadas. É aceitável que policiais sejam condenados de 48 a 624 anos de cadeia, ao arrepio da lei, para servir de exemplo? Não se faz justiça exibindo cabeça em poste.
(…)
Íntegra aqui



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Em depoimento à PF, Palocci nega envolvimento com esquema

Lava Jato separa Palocci e Odebrecht em carceragem de Curitiba

ANÁLISE DO DEBATE EM SP 2 – Dória não faz concessões a tribos; Erundina avança contra Marta

O debate da noite de ontem e começo desta madrugada não fugiu muito ao que se vê e ouve em circunstâncias assim. Há aquele impressionante festival de promessas do qual ninguém escapa. Por isso, não vou aqui me dedicar a minudências do que cada um disse — vale dizer: se a promessa pode ou não ser cumprida. Isso requereria escrever um outro programa de governo. Procedo a uma análise de discurso.

Dória fez, como chamou a atenção um amigo no WhatsApp, uma intervenção sem concessão a tribos e às obsessões politicamente corretas. Aliás, construiu a sua bem-sucedida campanha assim. Moradia? Nada de condescender com invasores. E vai fazer convênios com os governos estadual e federal. Pichadores e vândalos? É caso de polícia. Cracolândia? Fim do programa Braços Abertos e adesão ao programa Recomeço, que prevê a internação de viciados. Obras? Parcerias com o setor privado, sem medo de ser chamado de “privatista” — como, aliás, foi. Pancadão na periferia? É contra. Tem de acabar. A cada tema, e foram os mais diversos, procurava enumerar propostas, fugindo da questão meramente adjetiva.

Foi alvo da fúria de Luíza Erundina (PSOL), que prova, que prova, aos 81 anos, que desonestidade intelectual não tem idade. Foi, de longe, a que teve o desempenho mais indigente. Conseguiu superar, na ruindade, o tal Major Olímpio (SD), aquele que se dedica a dizer o tempo inteiro o que os outros fazem de errado sem conseguiu deixar claro o que ele próprio faria de certo.

A candidata do PSOL resolveu fazer um confronto ideológico com Dória, acusando-o de ser privatista, lobista e defensor do Estado mínimo. O ataque deve ter feito um sucesso imenso entre os militantes de seu partido. O tucano não se alterou. Disse que respeitava a trajetória da oponente, mas que pensavam coisas diferentes. Ela gostava do Estado grande e ineficiente, e ele, do Estado enxuto. Adivinhem quem falou a mais gente.

Marta estava afiada nas críticas à Prefeitura. Enrolou-se na altercação com Haddad sobre a inspeção veicular. No mais, fez uma dobradinha com Doria — que também bateu bola com Russomanno —, usando as três perguntas que fez ao peessedebista para expor o seu próprio programa. Sentido que o tom não era hostil, o tucano chegou a elogiar suas propostas mais de uma vez.

E foi contra a petista que Erundina deu o seu. Indagou o que a adversária achava da reforma do ensino médio, proposta pelo governo Temer, como se fosse essa uma questão relevante para a cidade. Não é. Não contente, quis saber o que a outra pensava em fazer em favor do emprego. Marta expôs suas propostas e teve de ouvir que o desemprego era derivado do modelo recessivo de Temer, do “seu presidente ilegítimo”. Marta contra-atacou: a responsável pela crise é Dilma. Ah, sim: Russomanno perguntou à psolista como ela atuaria no caso da regularização das propriedades. Ela deu a entender que, antes, é preciso fazer reforma agrária e urbana. Entendi que a coisa é assim: primeiro a revolução, depois a solução. Deus meu!

Embora pouco acionado, Haddad conseguiu ser bem-sucedido num embate contra Russomanno, que cismou com um tal “cartão magnético” da saúde, que traria um chip, com todas as informações sobre o paciente. O prefeito respondeu que a tecnologia é velha e que já existe a nuvem — basta uma senha de acesso. E tem razão nesse particular. Mas o prefeito, parece, foi vítima das próprias obsessões ao fazer uma defesa incandescente da redução da velocidade nas marginais e dos radares móveis — que, obviamente, remetem às multas. Convenham: para quem teve tão pouco tempo, não foi a coisa mais inteligente a fazer.

Chamado para a contradança por Haddad, que lhe dirigiu três das quatro perguntas, Russomanno não quis conversa com seus eventuais competidores. Dirigiu duas perguntas a Erundina, uma ao Major Olímpio, que lhe fez outra, e uma a Dória, que também devolveu. Não foi um embate, mas uma troca de gentilezas.

Não é preciso juízo de valor nenhum para concluir que o embate foi amplamente favorável a Dória, até em razão dos números, que já expus aqui. Marta vem atrás, seguida por Haddad. Russomanno, ao lado da peemedebista, teve o segundo tempo do debate. E não disse a que veio. Major Olímpio é um exímio apontador de problemas. Ele só parece um tanto descrente das soluções.  E Erundina ainda acha que ou se escolhe o socialismo ou barbárie. Ela vai de socialismo, está claro. Começou a campanha com 10%, ganhou visibilidade e já estava com 5% até ontem.

É a voz do povo.



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ANÁLISE DO DEBATE EM SP 1 – Adversários ajudam Dória a estrear com brilho na Globo

 

O tucano João Dória fez o debate mais mamão-com-açúcar da história dos debates na televisão, quero crer. E a Globo não teve nada com isso. Quem conspirou a seu favor foram seus adversários. Nunca vi nada igual. Explico tudo. Se desempenho em encontros assim define eleição, então o candidato do PSDB pode vencer a disputa pela Prefeitura de São Paulo já no primeiro turno. Aliás, o tracking de sua campanha apontava isso no fim da noite desta quinta. Verdade, mentira ou só expressão do desejo? As urnas dirão.

Bem, revejam o debate. Fiz postagens pergunta a pergunta. Ele foi o melhor porque, seguido de perto por Marta Suplicy (PMDB), deu respostas mais consistentes, sem se descuidar das críticas à Prefeitura. E fez propostas objetivas, o que, suponho, era o que esperavam os telespectadores-eleitores. As regras estavam estabelecidas havia muito tempo. No primeiro bloco, cada candidato podia perguntar e responder uma única vez. No segundo, terceiro e quarto blocos, os debatedores faziam uma pergunta, mas podiam responder até duas vezes. Além de pergunta e resposta, havia também réplica e tréplica. Ao todo, pois, 96 intervenções; com as falas finais, 102.

Bem, Dória chegou ao debate final com o lugar garantido no segundo turno. As pesquisas, até esta quinta, apontavam uma indefinição sobre a eventual segunda vaga. Logo, o tucano não foi atacado por ninguém, exceção feita a Luíza Erundina (PSOL). Já chego lá. Ele foi espantosamente beneficiado pela estratégia de seus adversários. Querem ver?

Cada um deles fez quatro perguntas ao longo do debate — uma por bloco. Quem perguntava falava ao todo 1min30s (30 segundos para a pergunta e 1 minuto para a réplica). Mas quem respondia tinha direito a 2min10s (um minuto e meio para a resposta e 40 segundos para a tréplica). Vale dizer: quem responde fica mais tempo no ar. E aí se deu a coisa espantosa.

Em primeiro nas pesquisas, o tucano foi o mais acionado: respondeu a seis perguntas — vale dizer: foram 13 minutos no ar só para responder. Considerando os seis minutos das perguntas e os 45 segundos finais, ele falou 19min45s. Reitero: acionar o candidato com uma pergunta implica lhe dar palanque. E foi o que os adversários fizeram com Dória porque era do seu interesse. Marta, por exemplo, dirigiu ao tucano três das quatro perguntas.

Se o candidato do PSDB ficou mais tempo no ar, Haddad foi o que ficou menos. Teve direito a seus 6 minutos quando era o perguntador. Mas respondeu a apenas duas perguntas: uma de Erundina e outra de MaJor Olímpio. Total de exposição: 11 minutos, quase 9 a menos do que Dória. Erundina e Major Olímpio (SD) falaram pouco mais de 13 minutos. Marta e Russomano, pouco mais de 17 minutos.

Entenderam? Os adversários de Haddad atuaram de forma deliberada para que este tivesse a atuação a mais discreta possível. Marta, Russomanno e Dória não lhe fizeram nenhuma pergunta.  Observem que este é um texto sobre estratégia.

Haddad, que apanhava em praticamente todas as respostas dos adversários, escolheu Russomanno para tentar polarizar. Dirigiu-lhe três questões. O tom entre os dois era sempre de altercação. O petista ainda tentou um rally com Marta Suplicy, mas não teve relevância no encontro.

Com suas obsessões de esquerda, Erundina resolveu dispensar a Marta o tratamento de uma traidora nas duas vezes em que acionou a peemedebista. Também não adiantou. Em outro post, trato do conteúdo.

Este foi dedicado a uma tese: como as circunstâncias conspiraram para que João Dória fizesse o seu programa de estreia na Globo. E com sucesso evidente.



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PALAVRAS FINAIS

– Erundina: hora de inverter as prioridades. E pede voto no 50.
– Marta: Dória está na frente e resta uma vaga. Além dela, Haddad, que já é conhecido, e Russomanno, envolvido em vários escândalos.
– Russomanno: diz que dá a cara ao tapa, não como Marta e que ela “mente descaradamente”.
– João Dória: dá parabéns a Tralli e aos candidatos e candidatas. Diz ser um gestor, filho de nordestino. Insiste não ser político, mas um gestor.
– Major Olímpio: Ataca as propostas dos outros. Diz ter currículo, não ficha corrida. Tolerância zero com os ilegais.
– Fernando Haddad: Há dois projetos. Um projeto é privatista e outro que vê a cidade como um bem público.



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Haddad pergunta a Russomanno sobre táxis e aplicativos

E pergunta por que Russomanno quer desfazer o que está dando certo. O candidato PRB fala da necessidade da placa vermelha. Chama isso de colocar a casa em ordem. E diz que é preciso regularizar a área para proteger taxistas e motoristas do Uber.

Haddad responde que o outro está desatualizado e que o relator da questão no Tribunal de Justiça já deu ganho de causa à Prefeitura. Diz que o outro prometeu acabar com os aplicativos e depois recuou. Russomanno insiste que há concorrência predatória.



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Major Olímpio faz pergunta a Dória sobre pancadões

Doria diz que ele tem fixação no governo do Estado. Dória diz ser contra os pancadões, que serve ao aliciamento criminoso e desrespeita as leis. Diz que as famílias não gostam dos pancadões e que haverá alternativas de lazer.

Major Olímpio volta a atacar Alckmin e diz que vai combater o crime.

O tucano concorda, né? Vai falar o quê? E insiste em oferecer lazer saudável.



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