Por Nilson Borges Filho (*)
O PT definha a cada operação da Lava Jato. O desempenho dos candidatos da legenda nas principais capitais brasileiras é sofrível, para dizer o mínimo. Em São Paulo, mesmo com a máquina da administração a serviço de sua candidatura, Fernando Haddad (PT) figura em quarto lugar, com apenas 12% de intenção de votos. No Rio o PT sequer apresentou candidato próprio, decidindo compor com o PC do B, indicando o candidato a vice de Jandira Feghali.
O PT definha a cada operação da Lava Jato. O desempenho dos candidatos da legenda nas principais capitais brasileiras é sofrível, para dizer o mínimo. Em São Paulo, mesmo com a máquina da administração a serviço de sua candidatura, Fernando Haddad (PT) figura em quarto lugar, com apenas 12% de intenção de votos. No Rio o PT sequer apresentou candidato próprio, decidindo compor com o PC do B, indicando o candidato a vice de Jandira Feghali.
Na última semana o ex-presidente Lula participou de comício da candidata comunista e deu-se o esperado: Jandira perdeu votos. Em Belo Horizonte, terra da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e do atual governador Fernando Pimentel (PT), o deputado Reginaldo Lopes, candidato petista, amarga um quinto lugar em empate técnico com mais três candidatos de partidos inexpressivos.
Atingido pelas lambanças no governo federal e pelas patifarias na operação Acrônimo, que coloca o governador Fernando Pimentel e seus prováveis cúmplices, Marco Antônio Rezende (Chefe da Casa Civil) e Paulo Moura Ramos (presidente da estatal PRODEMGE), no olho do furacão, o PT mineiro está caindo pelas tabelas na sucessão belo-horizontina. E não será surpresa se Pimentel e seus auxiliares deixarem a Cidade Administrativa para ocupar uma cela na Polícia Federal.
Nas demais capitais, o Partido dos Trabalhadores está sendo pulverizado, em consequência dos escândalos que surgem semanalmente pelas operações policiais. Caso a justiça eleitoral leve a sério as denúncias contra o PT, a legenda tem tudo para ser colocada na clandestinidade. Dois dos principais ministros da Fazenda dos governos Lula e Dilma foram presos temporariamente, investigados por corrupção. Delúbio Soares, João Vaccari Neto e Paulo Ferreira, ex-tesoureiros do PT, pegaram cadeia. O ‘guerreiro do povo brasileiro’, ex-chefe da Casa Civil de Lula e ex-presidente do PT, dá expediente na carceragem da Papuda. José Dirceu foi condenado no processo do mensalão e denunciado pelo Ministério Público Federal na operação Lava Jato.
O ‘grande líder’, Luiz Inácio Lula da Silva, nas suas andanças em campanha pelo Brasil não consegue que seus candidatos oscilem positivamente nas intenções de votos. Denunciado, juntamente com a mulher Marisa Letícia, por indícios de receber propinas para a compra de um apartamento em Guarujá e um sítio no interior paulista, Lula está acuado com a possibilidade de ser condenado pelos possíveis crimes apontados na denúncia.
Diz-se em tom de galhofa que Lula, caso condenado, poderia recompor seu ministério na cadeia. Novas fases das operações Lava Jato, Zelotes e Acrônimo surgirão na medida em que delações que estão sendo negociadas forem homologadas pela justiça.
Para quem entende do assunto e acompanha de perto a movimentação dessas operações, acredita que essas delações, que estão sendo bem encaminhadas pelos investigadores, terão efeitos arrasadores e atingirão políticos e partidos das mais diferentes colorações ideológicas. É natural, até pelo protagonismo que exerceu nesses últimos 13 anos, que o PT e seus partidários serão os mais atingidos pelas delações dos executivos das empreiteiras.
Envelhecido, doente e abusando da medicação oral, Lula é um homem amargurado e consciente que se encaminha para um final triste, provavelmente numa cela de uma penitenciária paulista. O “cara” não estará sozinho, pois muitos dos seus companheiros de vida pública lhe farão companhia numa dessas celas fétidas do sistema carcerário brasileiro.
(*) Nilson Borges Filho é mestre, doutor e pós-doutor em Direito. Foi professor do Curso de Direito da UFSC e do Departamento de Ciência Política da UFMG.
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