Álbum de família: Marcelo Odebrecht com Dilma em Cuba paparicando o ditador assassino Raúl Castro. |
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Álbum de família: Marcelo Odebrecht com Dilma em Cuba paparicando o ditador assassino Raúl Castro. |
Gilberto Carvalho concede uma entrevista à Folha deste sábado. A vigarice intelectual e política do secretário-geral da Presidência das duas gestões Lula e homem mais poderoso do PT depois do Babalorixá de Banânia é coisa sem par em muitos anos na imprensa. Não há uma só resposta que pare de pé, e dá para desmontar a cascata palavra a palavra. Mas é tempo demais para Carvalho. Sintetizemos, então, a contestação.
Já está mais do que caracterizado que o PT resolveu tentar fazer a limonada com o limão. O samba de uma nota só do partido, agora, é o suposto complô contra Lula para impedi-lo de chagar à Presidência em 2018. Isso desobriga os petistas de responder às acusações que lhes são feitas e lhes permite atacar.
Querem ver? Na entrevista, Carvalho nega que tenha relações especiais com o tal lobista Mauro Marcondes e que este tenha interferido na edição de uma MP em favor do setor automobilístico. Mas não explica como e por que o dito cujo pagou R$ 2,4 milhões a uma empresa de marketing político de Luís Cláudio, filho de Lula.
Tudo, diz Carvalho, é complô para minar a credibilidade do chefão petista e impedi-lo de se candidatar em 2018. Mas e a Lava-Jato? Carvalho acha importante, claro!, e coisa e tal. Mas, de novo, acredita que só querem pegar o PT e pergunta por que não se investigam as doações à campanha de Aécio Neves…
Entenderam? Carvalho tenta fingir que a Lava Jato se resume a um mero sistema de financiamento de campanha. Logo, se assim fosse, então todos poderiam ser investigados. É mesmo? Que poder tinha Aécio na Petrobras? De que modo ele podia interferir nos destinos da empresa? Quem, dentro da estatal, negociava em seu nome? Que ameaças Aécio podia fazer à empreiteiras, no que dizia respeito a obras públicas, caso não pagassem a propina?
A entrevista de Carvalho chega a ser nojenta porque, em seguida, ele critica o ministro Gilmar Mendes, do STF, por não ser contra o financiamento privado de campanhas. Viram só? Eis a tese do partido de novo. Eis o petismo tentando impor goela abaixo da sociedade o financiamento público, fingindo que mensalão, petróleo e o escândalo investigado na Operação Acrônimo – que tem o petista Fernando Pimentel no centro – só existe por causa das campanhas eleitorais.
Carvalho finge ignorar que tanto o mensalão como o petróleo eram parte de um sistema contínuo de assalto aos cofres públicos em benefício do grupo que está no poder – e que, claro!, serviu para enriquecer muito vagabundo.
Segundo Carvalho, o que querem é prender Lula, embora não diga por quais caminhos isso seria feito e quem são as pessoas que têm essa pretensão. Tudo não passa, em suma, de uma tentativa de intimidar a Polícia Federal, o Ministério Público e, como sempre, a imprensa.
Na entrevista, Carvalho, braços, olhos, boca e ouvidos de Lula, faz uma defesa meramente protocolar de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, e o entrega às cobras. Diz:
“Acho que ele [Cunha] não tem condição de deflagrar um impeachment porque não tem nenhum pedido sustentado em mínimas condições adequadas. Segundo que, politicamente, ele perdeu qualquer credibilidade para conduzir qualquer processo. Se eu fosse o presidente da Câmara, teria pedido afastamento do cargo porque ele sabe o que ele fez e os dados que estão aparecendo, muito concretos, a cada dia derrotam a tese dele.”
Insisto: Carvalho não existe como ser autônomo. Ele só fala o que combina com Lula. O ex-presidente, por sua vez, anda ensaiando um Claudinho & Buchecha com Cunha, na linha “Só love, só love”. Resta saber se a canelada foi previamente combinada com a dupla ou se Carvalho anda mesmo desconfiado de que o presidente da Câmara pode aceitar a denúncia.
Ah, em tempo: enquanto estiver no cargo, Cunha tem a competência legal de conduzir qualquer processo que seja prerrogativa do cargo que ocupa.
Sabem o que permite a Carvalho dar uma entrevista absurda como essa a que me refiro? O fato de que, para escândalo dos escândalos, Cunha se tornou a principal figura do petrolão, embora o PT comande a máquina do governo, e de não haver uma só figura do Executivo sob investigação.
Marcelo Odebrecht, que está preso há 134 dias (neste sábado), participou de uma audiência com o juiz Sérgio Moro nesta sexta. O empresário não evocou o direito de ficar calado, mas preferiu não responder diretamente as indagações de Moro. Segundo a sua defesa, a complexidade das denúncias pede um esclarecimento de outra natureza: Odebrecht entregou ao juiz um documento com 60 perguntas e respostas que, segundo ele, contemplam, respondem e negam todas as acusações que lhe são imputadas.
O empresário (vídeo abaixo) pediu ao juiz um tempo para fazer algumas considerações, o que lhe foi concedido. Basicamente, afirmou que:
– jamais se negou a prestar esclarecimentos e sempre se colocou à disposição da Justiça;
– a despeito disso, a força-tarefa jamais o convocou para prestar algum esclarecimento sobre os fatos que lhe foram imputados;
– como retribuição à sua disposição de colaborar, teve prisões preventivas – “uma sobre outra” -, buscas e apreensões e interceptações telefônicas e telemáticas, inclusive de membros de sua família, incluindo as filhas menores;
– certas acusações contra ele talvez não tivessem prevalecido se os investigadores tivessem tido o trabalho de ouvi-lo;
– “mesmo após a extensa devassa que foi feita” em sua casa e nas suas empresas, nada há provado contra ele;
– há vazamento seletivo e constante de informações, inclusive pessoais, que não têm nenhuma relação com o objeto da denúncia, envolvendo familiares, amigos, outros empresários e pessoas púbicas que nada têm a ver com o processo;
– para suprir a falta de prova, esses vazamentos estão sendo objeto de ilações infundadas.
Odebrecht pediu o direito de responder ao processo em liberdade, a presunção de inocência e o direito de defesa. Disse ainda existir um perigoso quadro de prejulgamento e fez uma crítica direta a uma decisão de Moro: “Temo que esse processo acabe conduzindo a um desfecho que sirva para justificar a prisão preventiva injusta e desnecessária que me foi imposta”.
Moro negou que as filhas de Odebrecht tenham tido o sigilo telefônico quebrado e disse que o registro de conversas do empresário com elas se deveu ao fato de que os telefones dele estavam sob escuta. Bem, ainda que assim fosse, o fato é que até questões relativas à vida escolar das meninas circula por aí.
O juiz insistiu em fazer perguntas a respeito de contas de offshores que pertenceriam a empresas do grupo Odebrecht, segundo acusa o Ministério Público. O empresário reiterou que todas as respostas estavam do documento com as 60 perguntas e respostas.
Na quinta-feira, também em depoimento a Moro, Pedro Barusco – o delator que vai devolver aos cofres públicos a maior bolada até agora: US$ 97 milhões – negou que a Odebrecht tenha superfaturado um contrato com a Sete Brasil na operação de navios-sonda da Petrobras. Barusco endossou a versão de Odebrecht segundo a qual a palavra “sobrepreço” em um e-mail não queria dizer superfaturamento. Esse e-mail foi a principal evidência apresentada por Moro para manter a prisão preventiva do presidente do grupo Odebrecht.
Segue o vídeo com o depoimento.
Quero ainda falar daquelas senhoras (ler posts anteriores) que resolveram interromper uma passeata contra Eduardo Cunha e em defesa do aborto para comer alguma coisinha num bar-café, tomar um drinque e me hostilizar. Segundo a mais agressiva delas, gente como eu “deveria ser proibida de entrar num bar”. O que leva aquelas senhoras, a maioria na casa dos 50, todas tentando fugir da velhice – os esforços eram visíveis e malsucedidos -, a marchar em favor da morte? Há coisas que fogem à minha compreensão. Que diabo de solidão essencial as condena a uma militância tão amarga?
Querem ver? Embora eu seja, obviamente, contrário à eutanásia, entendo, sim os argumentos daqueles que defendem tal prática. E poderia até me compadecer de quem enfrentou a dor e acabou fazendo essa escolha – e há a possibilidade de que tenha atendido a um pedido do ente querido que se foi. Os dramas individuais pertencem a uma teia de relações bem mais ampla, bem mais complexa, do que as demandas políticas. Mas não posso aceitar, não sem um enorme espanto, que alguém se mobilize, como já vi em países europeus, para ir a uma marcha em defesa da eutanásia. O que leva alguém a sair da cama por isso?
O mesmo vale para o aborto. Transformar num monstro a mulher que abortou de forma volitiva seria um erro estúpido. Aliás, eis uma questão que o papa Francisco não está sabendo – e não está!!! – tratar com o devido cuidado. Ele não é, assim, um mestre da filosofia e da teologia, infelizmente… Em termos puramente religiosos, poder-se-ia dizer que se acolhe a pecadora, mas não o pecado.
Mas tiremos a religião da conversa: acolhe-se o humano, com todas as suas falhas, mas não a escolha que ele fez como um norte de civilização. “Ah, mas mulheres morrem em decorrência de abortos malfeitos…” É verdade. O número é brutalmente inferior àquele que as feminázis propagavam. Até quando as desmoralizei com dados oficiais sobre o número total de óbitos de mulheres no Brasil, elas anunciavam que 200 mil morriam por ano em decorrência do aborto.
Atenção! O número é ligeiramente superior a… mil. É muito? É, sim! A eventual legalização do aborto – e, pois, sua possível multiplicação – certamente acabaria levando a um número maior de ocorrências fatais em razão dos riscos associados à interrupção da gravidez e às péssimas condições da saúde púbica no Brasil. É moralmente doloso que estas senhoras se dediquem à luta para que o serviço público de saúde pratique abortos em série, mas não para que ele ofereça um atendimento pré-natal decente. Entre a vida e a morte, escolheram a morte.
Ademais, não falo do “pecado”. Não é preciso crer em Deus para defender a inviolabilidade da vida humana. Basta crer na particularidade do homem. E eu creio. Sou católico, sim. Mas, antes disso, sou um humanista. Não quero impor a minha religião a ninguém. Eu apenas combato os que escolheram racionalizar os caminhos da morte em vez de tornar mais viáveis os da vida.
Sim, eu dei combate àquelas senhoras e à moça barbuda que estava com elas – ela própria, também, uma sobrevivente da tese que defendia, certo? – porque se tratava de uma questão política e porque fui alvo da sua intolerância. Mas, reitero, depois de desmoralizá-las, depois de dizer que elas poderiam ao menos tentar matar quem pode correr, senti uma profunda pena, compaixão mesmo.
Volto, pois, ao ponto: em que dores sem cura está a alma de quem sai de casa para marchar em favor da morte e depois dá um tempinho para tomar uma cerveja?
Eu até me desculpo com elas. Merecem, antes de mais nada, as minhas orações. Que consigam sair do poço da amargura!
Alguns idiotas querem me atribuir o que não escrevi. É evidente que não chamei de úteros-secos as mulheres sem filhos ou que não podem ter filhos. E a prova de que não é assim é que não sei se as petistas que me hostilizaram no bar são ou não mães. O útero-seco nada tem a ver com o fato de a mulher haver ou não se reproduzido, poder ou não se reproduzir. Eu me refiro àquelas que acreditam que podem defender a morte dos fetos só porque são dotadas de um útero. Estas, portanto, usam um órgão exclusivamente feminino como condição para defender a morte, ainda que sejam mães.
Assim, pode haver mulheres sem filhos, ou que não podem ter filhos, cujos úteros são férteis. As úteros-secos são almas secas. Porque são mulheres, sentem-se especialmente qualificadas para defender a morte. E que se note: as que já são mães e vão às ruas em defesa do aborto estão deixando claro que seus respectivos filhos são apenas abortos que ou esqueceram de acontecer ou que não aconteceram porque a relação custo-benefício do nascimento era superior à do feticídio. Um filho vivo de uma militante do aborto, é só uma oportunidade de negócio – ainda que negócio emocional.
Nos bastidores: Lula, de camiseta dentro do Palácio do Planalto seguindo Berzoíne e Dilma. Foto: Veja. |
Eis que, na noite desta sexta, estava eu a conversar com um amigo num bar da Avenida Paulista sobre tarefas de trabalho que temos na semana que vem quando vejo um grupo avançando. Era uma passeata.
Encontrávamo-nos num dos pontos do calçadão da Paulista, ao ar livre. Havia gente batendo bumbo. Mau sinal. Havia mascarados. Sinal pior ainda. Havia umas moças com os peitos à mostra. Pensei: “Bom sinal!!!” Gosto de peitos à mostra. Mas logo vi que eram peitos que pretendiam ser socos na cara… Péssimo sinal!!!
A certa distância, divisei uma faixa que dizia qualquer coisa sobre a independência do útero. Outra, ao lado, protestava contra Eduardo Cunha. Também havia estandartes do PT, do PSOL, do PSTU, da CUT… “Melhor entrar”. Peguei a minha caipirinha e fui pra dentro.
Mas sabem como é… Essas senhoras burguesas, de todos os sexos, se cansam, não? Dá vontade de tomar um drinque, de comer alguma coisinha… Um grupo entrou no bar. Não é boteco de três merréis…
Àquela altura, eu já tinha percebido que a passeata era contra Eduardo Cunha, em favor do aborto, contra os evangélicos, a favor da diversidade sexual, contra o conservadorismo, contra o golpe (eles chamam “golpe” a destituição legal de Dilma) etc. E já tinha percebido também que, dados todos os inimigos, o principal mesmo era o feto. As feminázis, inclusive as feminázis barbudas, eram contra o feto, este mostro!!!
Ah, sim: encerrando a passeata, duas bandeiras da… Autoridade Palestina. Ora vejam: já que se vai protestar contra Cunha, contra o machismo, contra os evangélicos, em favor do aborto e da tal diversidade, por que não dar um cacete em Israel? Aí o pacote fica completo.
Estratégia petista
Antes que avance na narrativa, a questão de fundo: tudo isso se chama “PT”. Eu estou passando uma informação. O establishment petista convenceu os seus satélites de esquerda que existe uma onda conservadora no país. E que é preciso ocupar as ruas.
Não dá para sair em defesa de Dilma e do partido. Então é preciso revigorar as causas laterais. Na quinta, quem ressurgiu foi o Movimento Passe Livre. Nesta sexta, foi a vez do feminismo. Na semana que vem, provavelmente, serão os racialistas… E assim vai.
Volto ao ponto
Eu estava quieto, no meu canto, tomando a minha caipirinha. Eis que entra um grupo de mulheres (originalmente, eram, até onde pude perceber) na faixa dos 50, acompanhadas de um gay — ele queria me beijar!!! — de uns 20 e poucos, barbudo. Ficou visível que elas tentavam ensinar o rapaz a ser um forte, e ele tentava ensinar a suas amigas a ser sensível. Uma troca linda!
Olham pra mim, e uma delas diz: “Gente como ele, e me indicou com o olhar e as sobrancelhas, deveria ser proibida de entrar um bar”.
Entenderam?
As feticidas não querem gente como eu no bar.
As feticidas não querem no bar quem não pense o que elas pensam.
As feticidas acham que os espaços públicos devem ser ocupados apenas pelos seus iguais.
Bem, fiz o óbvio. Sentei-me à mesa do grupo e perguntei o que eles tinham contra a democracia. Aí a menina barbuda me disse: “No bar, você pode ficar (ah, obrigado, moça!), mas não na nossa mesa”.
Respondi: “É que eu havia entendido que vocês são contra a minha presença aqui”.
Conheço pela fedentina ideológica. Eram petistas — tanto que logo abandonaram a passeata, né? — disfarçadas de militantes libertárias. Eu lhes disse o óbvio:
“Por que vocês não perseguem quem, ao menos, pode correr? O feto nem pode correr! Que covardia!”
Aí uma das senhoras — o grupo, note-se, era composto só dos sem-companhia — disse à outra: “Não responda! Não responda!” Bem, quem respondia ali à agressão era eu. Elas é que haviam me atacado.
Uma delas — aquela há mais tempo amargando a solidão forçada, o rancor, a amargura — resolveu aplaudir, como se eu quisesse plateia. Mas eu já tenho. Era eu ali quem dava uma esmola de atenção àqueles úteros secos, marcados pelo deserto, pela falta de opção, pelo triunfo da morte sobre toda coisa viva.
Tinha o que fazer. Eu me despedi dos petistas assim: “Agora eu vou trabalhar porque não tenho partido para pagar as minhas contas”.
A moça barbuda me mandou um beijinho, como se isso me ofendesse. Há bichas que ainda acham que esse tipo de coisa incomoda.
Essa gente triste, seca, obrigada a sair em bando de iguais que se repelem, durante a noite, para se livrar de suas misérias íntimas, causa-me pena, não rancor. Imaginem que miserável deve ser chegar à própria casa sem ninguém com que conversar, olhar-se no espelho e pensar: “Será que existe alguma passeata amanhã?” Há solidões virtuosas, claro”. Mas ali não era o caso. Eram todas tão tristes! Quase me comovi.
O que importa neste post, do ponto de vista político, é isto aqui: o PT chegou à conclusão de que não tem como se defender com sua própria cara e resolveu apelar a movimentos de ditas minorias para denunciar uma suposta onda conservadora.
As mobilizadas desta sexta foram as de útero seco e as que útero nunca terão.
PS – Sério: quase deixo pra lá. Uma delas se parecia muito com minha mãe, com a diferença de que vi que ela não tem para quem rezar.
Não é apenas o seu útero que é seco — o que explica o ódio aos fetos. Ela também é seca de afetos.
Olhem aqui: muitos leitores estão discordando deste ou daquele aspecto, quando não da opinião na sua inteireza, que expressei sobre a saída do general Antonio Hamilton Martins Mourão do Comando Militar do Sul. Foi uma punição, sim, decidida pelo comandante-geral do Exército, Eduardo Villas Bôas, e pelo ministro da Defesa, Aldo Rebelo.
As discordâncias estão sendo publicadas quando civilizadas. Mas há uma ala hidrófoba, que não pode ver um uniforme verde-oliva que já começa a salivar, que veio encher meu saco. E lá vêm as grosserias. Estão lembrando, inclusive, meu passado trotskista. Podem lembrar à vontade. Eu fui o primeiro a contar histórias a respeito. Não preciso de biografia não autorizada.
Aqui e ali se diz que pessoas que defendem intervenção militar ou que querem apelar aos quartéis são “de direita”. Se assim se sentem, ok. Mas é mentira.
Angela Merkel é de direita. Konrad Adenauer era de direita. Margaret Thatcher era de direita. Winston Churchill também. Mariano Rajoy é de direita. David Cameron é de direita. E nenhum deles pensou ou pensa em pôr os quartéis para governar, ainda que temporariamente.
Há uma diferença entre direitismo e burrice, como deriva haver entre esquerdismo e estupidez — nesse caso, parece tarefa impossível.
Só se decepcionou ou se surpreendeu com o que escrevi quem não havia entendido até agora o que penso. Se e quando precisarmos das Forças Armadas, no cumprimento do Artigo 142 da Constituição, os Poderes Constituídos a elas apelarão.
O sujeito que defende golpe militar é tão adversário meu quanto qualquer esquerdista golpista, do PT ou de qualquer outro partido.
Não me confundam!
De resto, o general Mourão atentou contra dois dos pilares das Forças Armadas: hierarquia e disciplina. Não fossem eles, por que as sociedades dariam a milhares de homens o monopólio do uso legal da força e das armas? Para que os armados decidissem quando intervir ou não? Que lixo de pensamento!
Defender intervenção militar é pensamento pré-político; coisa de horda, de milícias, de brucutus — e, no caso em questão, horda, milícias e brucutus impotentes, que pregam no deserto: ainda que pudessem tê-lo, os militares não querem o poder.
De resto, quem sabe história também sabe que já tivemos um general Mourão. Não precisamos de outro.
“Saludos a la bandera” é uma expressão em espanhol sem correspondente em português. Quer dizer uma mera formalidade, fazer por fazer, agir só para que não digam que algo não foi feito…
Só por isso o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) integrou a lista de Rodrigo Janot. Lá atrás, era preciso ter alguém da oposição para dar um discurso ao PT: “Ah, tem gente de todos os partidos…”
Os mais ousados queriam, de cara, meter o senador Aécio Neves (MG) na lista. Mas aí acharam que passaria do ponto. Então escolheram Anastasia — próximo de Aécio, afinal…
O ministro Teori Zavascki determinou o arquivamento do inquérito que investigava se Anastasia havia ou não recebido dinheiro do esquema do petrolão. E o fez por uma razão simples: a acusação contra ele ultrapassava a linha do ridículo.
Um desses bandidos menores do esquema afirmou que teria dado dinheiro a alguém que se parecia muito com Anastasia… Foi identificação feita por… fotografia. O sujeito disse achar (!!!) que era ele mesmo!
O inquérito jamais deveria ter sido aberto. Janot deveria ter recusado a inclusão do nome de Anastasia desde o começo. Simples assim. Mas, sabem como é, “saludos a la bandera”…
Chega ao fim uma farsa que buscava apenas dar um discursinho para o PT.
O Reaça Blog, fez a postagem de três vídeos, contendo reportagens da Rede Record, sobre as investigações da Operação Zelotes da Polícia Federal, e que envolvem figurões empresariais e os filhos do ex-presidente Lula e dizem respeito a um caso inédito na história do Brasil, ou seja, a “compra”de Medidas Provisórias do governo para garantir isenções tributárias a montadoras de veículos. Este é o primeiro vídeo. Clique AQUI para vê os outros dois vídeos com as reportagens
Há assuntos que me dão um tantinho de preguiça porque são de outra era. Mas, se querem que fale a respeito, então falo. Recebi algumas mensagens indignadas, cobrando a minha solidariedade, porque o Comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, destituiu do Comando Militar do Sul o general Antonio Hamilton Martins Mourão.
Se, até hoje, há quem ainda não tenha entendido o que eu penso e me lê por engano, a culpa não é minha. Sempre sou bastante claro. Quando começou aquele papo furado sobre revisão da anistia, eu me insurgi contra a proposta porque fere a lei, não porque tivesse simpatia por torturadores. O fato de eu reconhecer, e já escrevi umas 500 vezes, que as esquerdas pré-64 não queriam democracia não significa que eu condescenda com golpes, aquele ou outro qualquer. Eu admitir que Dilma participou de grupos terroristas não implica que eu ache que a tortura lhe foi merecida.
Sou democrata, liberal e civilista. Ponto. Gente armada não pode fazer proselitismo político, nem a favor de quem gosto nem contra quem não gosto. Numa conversa com militares da reserva, o general convocou o “despertar de uma luta patriótica” e falou o seguinte sobre a hipótese do impeachment de Dilma: “A mera substituição da presidente da República não trará mudança significativa no ‘status quo'”. Mais: “A vantagem da mudança seria o descarte da incompetência, má gestão e corrupção”. Para o militar, “a maioria dos políticos de hoje parecem privados de atributos intelectuais próprios e de ideologias, enquanto dominam a técnica de apresentar grandes ilusões”.
Em que país democrático do mundo um general da ativa, com tropas sob o seu comando, emite opiniões dessa natureza? Resposta: em nenhum! Eu posso até concordar cem por centro com ele no mérito, mas eu não envergo aquele uniforme, não carrego aquelas insígnias, não posso dar ordem de ataque a ninguém.
Gente armada não tem de ficar emitindo opinião política. Ponto final. Como todos sabem, eu sou contra até a existência de sindicatos de polícias e congêneres.
Alguém lembrará que o Artigo 142 da Constituição atribui aos militares a tarefa subsidiária de garantir a ordem interna. É verdade. Mas não dá para citar apenas um pedaço do caput do texto. Fiquemos com ele inteiro:
“Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.”
Olhem aqui: EU NÃO QUERO ESSA PRESIDENTE DA REPÚBLICA. QUERO QUE ELA SEJA IMPICHADA. ENQUANTO NÃO FOR, SEGUE TENDO AUTORIDADE SOBRE AS FORÇAS ARMADAS. Eu respeito instituições.
“Ah, mas o Comandante do Exército cedeu à pressão do ministro da Defesa, Aldo Rebelo, que é do PCdoB!” E daí? Enquanto ele for ministro da Defesa, tem a autoridade que o cargo lhe confere. No lugar de Villas Bôas, eu teria feito o mesmo. No lugar de Rebelo, eu teria feito o mesmo.
Mais: o Comando Militar do Sul fez uma homenagem póstuma ao coronel Brilhante Ustra, acusado de torturar presos durante a ditadura. O Comandante da 3ª Divisão de Exército, general José Carlos Cardoso, subordinado a Mourão chegou a expedir convites para a cerimônia realizada em Santa Maria, cidade natal de Ustra, que morreu dia 15 de outubro.
Não dá! Uma coisa era rever a anistia a Ustra. Fui contra. Escrevi contra. Sou contra a revisão, reitero. Outra, disinta, é homenageá-lo. Torturadores não cumpriram missão nenhuma em favor das Forças Armadas. Só as desonraram. De resto, que eu saiba, descumpriram mandamentos de um ente que tem na disciplina e a hierarquia os seus pilares. Ou se leva a sério os códigos que as regem ou não.
A democracia é fogo, né? Eu não gosto de Dilma e quero crer que boa parte dos militares também não. Mas pode acontecer de entrar um presidente de que eu goste, e eles não. Ou de que eles gostem, e eu não. Em qualquer dos casos, não quero que recorram às armas fora do comando constitucional.
Não sou vivandeira. Não flerto com desordem militar. O general vai para um cargo burocrático. Saiu até barato. “Ah, nunca mais vou ler você! Eu defendo que os militares deem um murro na mesa”.Ok. A Internet é tão vasta, né?
Democrata, liberal, conservador, civilista e legalista. Serve? Se servir, ótimo! Se não, boa viagem! Leitor que gosta de golpe e simpatiza com anarquia militar não me interessa.
“Ah, Reinaldo quer ser bem visto pelas esquerdas…” Eu quero que elas se danem! Perguntem o que pensam a meu respeito. A verdade é bem outra: os esquerdistas vibram quando idiotas defendem intervenção militar ou flertam com anarquia em quartel porque isso faz parecer que elas estão certas e confere verossimilhança à mentira estúpida de que impeachment é golpe.
Uma dos aspectos do petismo que mais me causam asco é que os companheiros só se lembram de defender fundamentos do Estado de Direito quando se trata de beneficiá-los. Se for para prejudicá-los, nunca! Se ilegalidades atingem seus adversários, eles as aplaudem, quando não as promovem. São hipócritas, autoritários e institucionalmente trapaceiros.
Por que digo isso? Vejam o caso da intimação de Luís (começarei a grafar com “s”) Cláudio, filho de Lula, para depor num dos inquéritos da Operação Zelotes. Foi feita às 23h de terça-feira, quando ele voltava da festa de aniversário de pai. É estranho? É. Foi realizada fora de hora? Foi. É preciso explicar? É. Eis, então, o problema.
Quantas vezes o senhor José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, cobrou a Polícia Federal sobre procedimentos heterodoxos? Será que adversários do governo nunca foram alvos de exageros, de ações espalhafatosas, de certa atração pelos holofotes? Ora, consultem o arquivo do meu blog para ver. E, no entanto, qual era a resposta a procedimentos assim, especialmente no primeiro mandato de Lula? “Ah, esse é um governo que não poupa os ricos…”
Eu, Reinaldo Azevedo, reclamei aqui de ações da Polícia Federal que surpreendiam as pessoas de manhã, ainda de pijama ou camisola, com homens armados até os dentes e as indefectíveis algemas, mesmo não havendo a menor chance de a pessoa fugir ou agredir um agente do Estado. Pior: com câmeras de televisão e holofotes na cara. E sabem o que aconteceu? Tomei porrada. Eu estaria contra a severidade investigativa…
Ah, mas agora é o filho de Lula! Agora é o filho do Babalorixá de Banânia! Eu não acho que se a Polícia Federal ou qualquer ente do Estado devam ser livres para agir como lhes der na veneta, seja com Fábio Luís, seja com o Zé da Esquina, seja com um bilionário. Eles têm de se comportar dentro da lei. Mas é isso o que Lula e o PT estão pedindo?
Não! Eles não estão apenas indignados com a intimação fora de hora. Isso é só um pretexto. Eles não se conformam é com o fato de o rapaz ser um dos investigados; eles não se conformam é que os valores republicanos valham também para os aristocratas do clã Lula da Silva; eles não se conformam é com o fato de que todos possam ser iguais perante a lei.
Eu defendo o que defendo pouco me importando quem esteja no poder ou quem seja o alvo do Estado. Se esperam que eu vá aplaudir o que me parece uma ação óbvia de constrangimento, podem esquecer, não vou. Se acham que apoiaria qualquer ilegalidade só porque atinge gente que acho que tem de estar fora do poder — e, a depender do caso, na cadeia —, também podem tirar o cavalo da chuva.
Ao contrário: eu quero justamente é a igualdade. Por isso mesmo, se a Polícia Federal, durante as investigações, chegou a operações no mínimo heterodoxas envolvendo um dos filhos de Lula, o que se há de fazer? Investigar, ora essa! Mas não! O PT logo denuncia uma conspiração porque, no fundo, o que quer é impunidade. E acaba vendo diminuída a legitimidade de sua reclamação quando esta, num primeiro momento ao menos, parece justa.
Ah, sim: também vi alguns coleguinhas que andavam se divertindo com certa irascibilidade das forças policiais ficar de coraçãozinho mole, agora que o alvo é o filho de Lula. Indignação seletiva não é indignação, é canalhice moral.
A Polícia Federal tem de explicar apenas por que foi à casa de Luís Cláudio às 23h, já que o rapaz não está abaixo da Lei. E o PT e Lula têm de explicar por que acreditam que ele está acima da lei.