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sábado, 31 de outubro de 2015

Marcelo Odebrecht entrega a Moro 60 perguntas e respostas sobre acusações e chama sua prisão preventiva de injusta e desnecessária

 

Marcelo Odebrecht, que está preso há 134 dias (neste sábado), participou de uma audiência com o juiz Sérgio Moro nesta sexta. O empresário não evocou o direito de ficar calado, mas preferiu não responder diretamente as indagações de Moro. Segundo a sua defesa, a complexidade das denúncias pede um esclarecimento de outra natureza: Odebrecht entregou ao juiz um documento com 60 perguntas e respostas que, segundo ele, contemplam, respondem e negam todas as acusações que lhe são imputadas.

O empresário (vídeo abaixo) pediu ao juiz um tempo para fazer algumas considerações, o que lhe foi concedido. Basicamente, afirmou que:
– jamais se negou a prestar esclarecimentos e sempre se colocou à disposição da Justiça;
– a despeito disso, a força-tarefa jamais o convocou para prestar algum esclarecimento sobre os fatos que lhe foram imputados;
– como retribuição à sua disposição de colaborar, teve prisões preventivas – “uma sobre outra” -, buscas e apreensões e interceptações telefônicas e telemáticas, inclusive de membros de sua família, incluindo as filhas menores;
– certas acusações contra ele talvez não tivessem prevalecido se os investigadores tivessem tido o trabalho de ouvi-lo;
– “mesmo após a extensa devassa que foi feita” em sua casa e nas suas empresas, nada há provado contra ele;
– há vazamento seletivo e constante de informações, inclusive pessoais, que não têm nenhuma relação com o objeto da denúncia, envolvendo familiares, amigos, outros empresários e pessoas púbicas que nada têm a ver com o processo;
– para suprir a falta de prova, esses vazamentos estão sendo objeto de ilações infundadas.

Odebrecht pediu o direito de responder ao processo em liberdade, a presunção de inocência e o direito de defesa. Disse ainda existir um perigoso quadro de prejulgamento e fez uma crítica direta a uma decisão de Moro: “Temo que esse processo acabe conduzindo a um desfecho que sirva para justificar a prisão preventiva injusta e desnecessária que me foi imposta”.

Moro negou que as filhas de Odebrecht tenham tido o sigilo telefônico quebrado e disse que o registro de conversas do empresário com elas se deveu ao fato de que os telefones dele estavam sob escuta. Bem, ainda que assim fosse, o fato é que até questões relativas à vida escolar das meninas circula por aí.

O juiz insistiu em fazer perguntas a respeito de contas de offshores que pertenceriam a empresas do grupo Odebrecht, segundo acusa o Ministério Público. O empresário reiterou que todas as respostas estavam do documento com as 60 perguntas e respostas.

Na quinta-feira, também em depoimento a Moro, Pedro Barusco – o delator que vai devolver aos cofres públicos a maior bolada até agora: US$ 97 milhões – negou que a Odebrecht tenha superfaturado um contrato com a Sete Brasil na operação de navios-sonda da Petrobras. Barusco endossou a versão de Odebrecht segundo a qual a palavra “sobrepreço” em um e-mail não queria dizer superfaturamento. Esse e-mail foi a principal evidência apresentada por Moro para manter a prisão preventiva do presidente do grupo Odebrecht.

Segue o vídeo com o depoimento.



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