Roberto Freire vai assumir o lugar de Marcelo Calero na Cultura. Gosto de Freire, já escrevi isto aqui. É um homem honrado, preocupado com as boas causas, ainda que possamos ter divergências. Mas questiono os motivos que o levam para a Cultura.
E não! Não vai aqui nenhuma restrição às faculdades intelectuais do deputado, uma pessoa mais culta do que a esmagadora maioria daqueles que circulam pela Praça dos Três Poderes. Avalio, no entanto, que o governo está apostando mais na gestão da política do que na da Cultura.
O botão quente da pasta, hoje, está nas leis de incentivo — Rouanet e do Audiovisual — e nas novas mídias de difusão da produção cultural, que requerem, por exemplo, uma intimidade com o mundo digital que não vejo em Freire.
Temo que o bom político acabe enredado pelas muitas teias de interesses e tendências de uma área na qual não têm trânsito privilegiado. Quando isso acontece, há sempre o risco de que os lobbies mais organizados acabem impondo a sua pauta.
Isso não quer dizer que não possa se cercar de especialistas que o conduzam no bom caminho. Faço, ao menos essa torcida.
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