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quinta-feira, 30 de março de 2017

Ménage à trois de 3 jotas contra a educação: Jair, Jean e Jandira

Ah, essa não posso deixar passar, não é?

Eu já escrevi aqui que Jair Bolsonaro (PSC-RJ), aquele que deve se candidatar à Presidência se não for condenado pelo STF (acho que vai, e torço para que seja), estabeleceu uma relação homoafetivo-política com seu adversário preferencial: Jean Wyllys (PSOl-RJ). A extrema direita pastelão e a extrema esquerda vaudeville se estreitam num abraço insano.

A relação tem até cusparadas do mais escancarado afeto. Freud levaria o charuto à boca, com olhar enigmático: “Ah, esses rapazes…” Jair alimenta Jean, Jean alimenta Jair.

E, mais uma vez, os dois se uniram nesta quarta, desta feita contra a qualidade na educação.

Mas o que aconteceu? Uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) autorizava — NÃO IMPUNHA — as universidades públicas federais a cobrar por cursos “lato sensu”, as especializações. Todo o resto, graduação e pós “stricto senso” (mestrado e doutorado), seguiria como sempre.

Como vocês sabem, uma PEC precisa de 60% de votos na Câmara (308) e no Senado (49) em duas votações. Infelizmente, faltaram, atenção!, miseráveis quatro votos. Sim, senhores! Ficaram a favor da mudança 304 deputados, e 139 se opuseram.

E, agora, pego carona na sacada excelente do sempre impecável Tiago Pavinatto, num vídeo publicado no Facebook (aqui), que vocês devem assistir. Ele lembra que, além de Jair e Jean, também a inefável Jandira Feghali (PCdoB), igualmente do Rio, trabalhou incansavelmente contra a proposta.

E, agora, então, a sacada de Pavinatto: “Foi o primeiro ménage à trois da trinca de ‘jotas’ dos legisladores do Rio, em Brasília: Jandira, Jair e Jean, juntinhos!”

Impressionante
Eis aí Bolsonaro. Eis a extrema direita a votar junto com o PCdoB e com o PSOL! Pois é… isso pode surpreender os incautos. Mas assim é mundo afora. Os polos ideológicos fascistoides da política, no fim das contas, pensam essencialmente a mesma coisa, assim como fascismo e socialismo, o arcabouço histórico-intelectual de cada grupo, só divergiam quanto ao centro organizador da tirania: o primeiro achava que tinha de ser o Estado, e o segundo, o partido.

No fim das contas, o que é que os três “Jotas”, de fato, repudiam? Ora, uma sociedade livre. Bolsonaro a quer subordinada a um Estado gigante — que, claro!, ele garante que será ético (imagino um que tivesse a cara dele e seus modos) —, e os outros dois a querem aparelhada por milícias militantes. Afinal, como sabemos, elas já se acoitam hoje no PCdoB e no PSOL.

Dias desses, um sujeito com raciocínio de buldogue — na verdade, ele lembra, também pela estatura, um buldogue —, que julga ter privatizado o pensamento liberal, resolveu me atacar, me enviaram um link, em razão das críticas que faço a Bolsonaro. Eis aí o homem que está sendo cortejado por liberais de meia-pataca e meia-tigela em nome da, como é mesmo, “unidade da direita”   .

Unidade com Bolsonaro? Podem me incluir fora dessa. Se houver um segundo turno entre um candidato liberal e um de esquerda, é bem possível que esses seres notáveis, que são os bolsonaretes, votem com a esquerda. A exemplo do que seu mestre fez nesta quarta, em prejuízo da educação.

Eis aí. Os Três Jotas se juntaram no “ménage à trois” contra a educação.

Ah, sim: a trinca também é contra a reforma da Previdência, a reforma trabalhista, as privatizações e a terceirização — nesse caso, Bolsonaro disse ter se abstido.

Bem, mas em que, então, eles discordam? Sei lá. Talvez Jean ache que gays devam cuspir em héteros, e Jair, que héteros (declarados ao menos) devam cuspir em gays. Nesse caso, Jandira não entra porque isso é coisa pra machos.


Arquivado em:Brasil, Política


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