Vocês sabiam que essa história de que o PSOL está crescendo não passa de uma grande bobagem? Pois é…
Esquerdistas não costumam gostar de números. Consideram os fatos reacionários. A imprensa lhes dá uma mãozinha nisso. Quando o PT se queria eterno no poder, jornalistas tinham certo receio de parecer oficialistas e se enrabicharam pelo “socialismo com liberdade”, essa adorável contradição. A falta de liberdade pode ser socialista ou não. Já a liberdade só pode ser não-socialista. Aceito exemplos que me desmintam. Adiante.
O Brasil conta com 5.570 municípios. O valoroso PSOL conseguiu eleger… dois prefeitos! O Zé Bezerra obteve 2.181 votos em Janduís, e Oton Mário levou outros 2.494 em Jaçanã. Os dois municípios ficam no Rio Grande do Norte. Sim, já chego a Belém e ao Rio. Quero falar de um outro feito do PSOL: chegou ao segundo turno em Sorocaba. Raul Marcelo obteve 25% dos votos (74.001) contra 45,18% de Crespo, do DEM (133.767). Huuummm. Ocorre que Marcelo já havia concorrido em 2012. Ficou em terceiro lugar, com 48.865. Desta feita, o PT na cidade obteve menos da metade dos votos na comparação com a eleição anterior. O PSOL se beneficiou. Mas o camarada perde no segundo turno.
Isso à parte, os dois grandes feitos cantados em má prosa e verso pior é o fato de o partido disputar o segundo turno em duas capitais: Belém e Rio. Então tá. Será preciso verificar o desempenho no partido nessas duas cidades em 2012 para saber se cresceu ou encolheu. Comecemos por Belém.
Em 2012, o psolista Edmilson Rodrigues ficou em primeiro lugar na disputa eleitoral, com 252.049 votos (32,58%). Desta feita, ele ficou em segundo, com 229.343 (29,5%). Vale dizer: neste ano, o mesmo candidato obteve 22.706 votos a menos. O mesmo Zenaldo Coutinho (PSDB), que venceu a outra disputa e concorre à reeleição, era seu adversário. Nesta, o tucano aumentou seu percentual: 31,02%.
Freixo
Mas o que realmente me espanta é esse fenômeno de mídia chamado Marcelo Freixo. Garanto que o que vai abaixo surpreende muita gente. Vocês sabiam que este senhor obteve, neste ano, 360.058 votos a menos do que em 2012? Sim, senhores! Há quatro anos, o candidato do PSOL conquistou 914.082 votos —28,15%. Agora, ficou com 553.424, ou 18,26%. FREIXO TEVE EM 2016 APENAS 60,5% DOS VOTOS QUE CONQUISTOU EM 2012.
E como é que ele está no segundo turno agora, mas não estava na eleição passada? Já expliquei aqui. Eduardo Paes se reelegeu, então, prefeito no primeiro turno, com 64,6% dos votos. Atenção para a coligação que apoiou o peemedebista: PRB, PP, PDT, PT, PTB, PMDB, PSL, PTN, PSC, PPS, PSDC, PRTB, PHS, PMN, PTC, PSB, PRP, PSD, PCdoB e PTdoB.
Desse grupo, tiveram candidatos próprios neste 2016:
PRB: 27,78%
PSC: 14%
PMDB: 16,12%
PSD: 8,89%
PCdoB-PT: 3,34%
Atenção! Tirem daí os esquerdistas PCdoB e PT, e teremos 66,79% dos votos — mais do que Paes teve há quatro anos.
Entenderam agora a natureza dessa “grande conquista” de Freixo? Está no fato de que o campo não-esquerdista do Rio se fragmentou em várias candidaturas. Esse é o segredo. Isso explica por que ele consegue ir para o segundo turno com ridículos 18,26% dos votos.
O PSOL perdeu o segundo turno em Belém na eleição passada. Ainda que com um desempenho muito melhor, Freixo nem o disputou. Agora, chega à rodada final, e é claro que quem o colocou lá foi a direita do Rio.
Aliás, vi uma entrevista em que o candidato do PSOL dizia não querer o apoio nem do PMDB, de Pedro Paulo, nem do PSC, de Flávio Bolsonaro. É mesmo? A este, ao menos, ele deveria ser grato, não? Por que não premiá-lo com uma secretaria? Foi a convicção férrea da extrema direita carioca que deu a Freixo a chance ao menos de ser prefeito.
Gregório Duvivier deveria premiar a família Bolsonaro com um roteiro no “Porta dos Fundos”.
Até porque o clã está se multiplicando e muito esquerdista ainda vai se beneficiar disso, certo?
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