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O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, acertou com líderes partidários a aprovação de um projeto que altera a composição do Conselho de Ética e aumenta as vagas de aliados no colegiado. O rearranjo deverá retirar pelo menos três parlamentares que votaram contra Cunha: o presidente José Carlos Araújo, que trocou o PSD pelo PR, e os dois relatores do caso, Marcos Rogério, que foi do PDT para o DEM, e Fausto Pinato, que foi do PRB para o PP. A pretexto das trocas de partidos dos parlamentares possibilitada pela janela partidária, Cunha quer a redefinição de todas as comissões da Câmara, inclusive o Conselho de Ética. Pelo recálculo, o bloco liderado pelo PMDB de Cunha ganha uma vaga no Conselho. Já o bloco liderado pelo PT perde uma.
Essa mudança é suficiente para reverter a correlação de forças no colegiado e levar Cunha ou a ser absolvido ou a receber uma punição mais branda, como uma suspensão ou uma censura escrita. O Conselho é composto por 21 deputados e o processo de cassação do mandato de Cunha ainda está de pé devido à diferença de apenas 1 voto —por 11 a 10 o colegiado decidiu no início deste mês dar curso à investigação.
O presidente da Casa é acusado no Conselho de ter mentido quando disse à CPI da Petrobras, em março de 2015, que não tinha contas secretas no exterior. O conselho apura se ele cometeu quebra de decoro parlamentar, o que pode resultar até em cassação. Cunha nega ter mentido.
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