Foi bem-sucedida a primeira etapa da intervenção a que foi submetida Maria Letícia, mulher do ex-presidente Lula, no Hospital Sírio-Libanês: a arteriografia cerebral. O objetivo é estancar o sangramento decorrente do rompimento de um aneurisma. O médico que conduziu os trabalhos é o neurocirurgião Marcos Augusto Stavale, um dos maiores nomes do mundo na área. Ela está em boas mãos.
Marisa está agora em coma profundo induzido. Sei um tanto dessas coisas porque pesquisei bastante a respeito do dia 23 de dezembro a esta data, quando tive uma dor de cabeça — dor sentinela — que levou à descoberta de um aneurisma. Fiz a cirurgia de crânio fechado — no meu caso, embolização — no dia 28. Tive a sorte que, infelizmente, Marisa não teve: o alerta.
As próximas horas são cruciais. Há, sim, a possibilidade de novos sangramentos. Quando cessar esse processo, vai-se então fazer um primeiro prognóstico sobre eventuais danos irreversíveis e sua extensão. Mas eis uma coisa que não se saberá tão já
Não custa lembrar que rompimentos de aneurismas cerebrais costumam resultar em morte imediata em 40% dos casos. Ela já passou por uma porta bastante estreita. Que seja bem-sucedida nas que virão.
Acabo de falar com o cardiologista Roberto Kalil Filho, cardiologista, diretor clínico do Incor e médico do Sírio. Ele acompanha regularmente o estado de saúde do ex-presidente Lula e de sua mulher. E como, como é sabido, não só do casal. Personalidades de outras bandeiras partidárias também o têm como referência. No hospital público, Kalil trata de pessoas anônimas. Um médico cuida de pessoas.
Kalil é bastante realista e diz que o quadro de Marisa é, sim, delicado, grave. Reitera que se passou pela primeira etapa, mas alerta que não há, por enquanto, um prognóstico.
Stavale Uma coisa é certa, e não há como eu não fazer esse registro aqui. O melhor, claro!, é não passar por isso — seja no meu caso, de consequências incomparavelmente menores, seja no de Marisa. Mas, em se passando, que então se saúde a sorte, como saúdo, de ser cuidado por um médico como Stavale.
É o neurocirurgião que cuidou de mim há 10 anos, quando extraí dois tumores do crânio, e no fim do mês passado, quando se descobriu o aneurisma — nesse caso, em parceria com Michel Frudit, que conduziu a embolização.
Stavale, e vocês podem pesquisar, é uma referência mundial na área. E isso já estaria de bom tamanho. Mas é na sua estupenda capacidade de nos tirar a ansiedade com a sua técnica que ele se destaca.
Sei que fez o melhor por mim. Sei que está fazendo o melhor por Marisa. Sei que sempre fará o melhor por qualquer pessoa em que encoste sua mão precisa e abençoada.
Meus votos pela recuperação de Marisa também alcançam Stavale, como uma homenagem adicional.
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