Depois da queda de Dilma Rousseff, a economia começou a ensaiar sinais de recuperação. A cada semana, o Boletim Focus apresenta melhora nas estimativas do mercado, a Bolsa voltou a alcançar patamares de 2012, e, ontem, a Selic foi reduzida pela primeira vez em quatro anos. Apesar dessas notícias positivas, o Brasil ainda deve demorar um bom tempo para voltar a crescer: o Banco Central divulgou hoje o chamado Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), uma espécie de prévia do PIB – e o resultado veio muito ruim. Entre julho e agosto, o indicador registrou uma queda de 0,91%, a maior redução mensal desde maio de 2015. O resultado veio pior que a previsão do mercado, que esperava um recuo de 0,69%. Na comparação com agosto de 2015, a economia encolheu 2,72%. No ano, o tombo é de 4,98% (sem ajuste) e de 5,42% (com ajuste sazonal). O resultado acumulado do IBC-Br em 12 meses é de -5,48% (sem ajuste) e de -5,6% (com ajuste).
De acordo com analistas de mercado, a leitura de agosto é um reflexo da fraqueza econômica mostrada recentemente em outros indicadores, destacando-se a dificuldade de o país dar sinais consistentes de recuperação depois de o PIB recuar 0,6% no segundo trimestre sobre o período anterior. Em entrevista ao Estadão, a economista Natalia Cotarelli, do Banco ABC Brasil, afirmou que a retomada, além de lenta, não será uniforme. “Depois dos dados de agosto, estamos cautelosos. A recuperação deve ser menos robusta.”
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