O presidente Michel Temer fez a coisa certa e sancionou a projeto de lei que permite a chamada terceirização ampla; vale dizer: as empresas poderão contratar terceirizados também para as chamadas atividades-fim. É um passo importante na modernização das relações trabalhistas. Temer aplicou apenas três vetos parciais: dois deles por redundância, porque ofereciam garantias que já são dadas pela Constituição. De relevante mesmo, só a restrição ao tempo máximo de contrato temporário: no texto original, ele seria renovado em acordo. O presidente estabeleceu o limite de nove meses.
Há uma reforma trabalhista em debate. É possível que disposições dessa reforma ainda venham a disciplinar aspectos da relação dos terceirizados com as empresas contratantes. Alguns milhares foram protestar na Paulista nesta sexta, insuflados por movimentos de esquerda. A terceirização estava entre os alvos da manifestação. Temer ignorou essas pressões e fez o que tinha de ser feito.
Pesquisa Ibope divulgada ontem informa que a rejeição ao governo bate recordes. Explico num longo texto os motivos. Afirmei que o presidente tem de surfar na impopularidade. O que isso quer dizer? Algumas das coisas que só ele pode fazer pelo bem dos brasileiros não são exatamente populares. Pegue-se o caso da reforma da Previdência. Por mais que se evidencie a necessidade, não tem jeito, a propota nunca será popular.
Com a terceirização, acontece algo parecido. Os que serão beneficiados por ela — vai facilitar a geração de empregos — não vão para as ruas dar vivas. Já os militantes profissionais vão às ruas com seu proselitismo mixuruca.
Se não for Temer a fazer as reformas agora, elas não serão feitas depois. Ou vocês acham que candidatos à Presidência, em 2018, incluiriam as ditas-cujas em seus respectivos programas de governo?
Arquivado em:Brasil, Economia, Política
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