Pessoas que defendem o impeachment da presidente Dilma Rousseff voltam às ruas neste domingo. Há manifestações marcadas em pelo menos 70 cidades — 25 delas são capitais. Ninguém espera repetir a performance das outras três vezes por uma razão simples: quase não houve tempo de organizar o protesto. Mesmo assim, seus promotores — o Movimento Brasil Livre, o Vem Pra Rua e outros — afirmam haver elementos a indicar uma grande mobilização.
O ação desde domingo é uma espécie de “esquenta” para um megaprotesto no começo do ano que vem. No dia 16, os aparelhos governistas, todos eles dependente de verbas públicas — CUT, MST, MTST e UNE —, também vão se manifestar: para defender o governo Dilma, cobrar a saída de Eduardo Cunha e pedir mudança na política econômica.
Forças poderosas se organizam contra o impeachment. O petismo conseguiu mobilizar seus esbirros na sociedade — sedizentes intelectuais, juristas e artistas — para acusar o suposto golpe, que é como chamam o triunfo da lei e da Constituição.
Também a imprensa está coalhada de colunistas oficialistas que, contra todas as evidências, negam os crimes de responsabilidade cometidos pela presidente. Aqui e ali, fazem-se muitas comparações entre a crise que resultou na deposição de Collor e a que pode resultar na deposição de Dilma.
Entre as muitas diferenças, temos precisamente esta: Collor não contava com defensores na imprensa; havia praticamente uma unanimidade em favor da sua deposição. Hoje, há um meio a meio entre os legalistas e a turma no nariz marrom. E as coisas são assim porque Dilma é inocente? Claro que não! Ocorre que ela pertence a um partido de esquerda. A defesa que fazem da sua permanência no cargo nada tem a ver com a lei. Trata-se apenas de ideologia.
Se as ruas não disserem o que pensam, o arranjo dos poderosos vai triunfar sobre a verdade e a vontade da esmagadora maioria da população.
Se você quer Dilma na rua, o seu lugar é a rua.
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