Na última reunião do Conselho Monetário Nacional, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, se despediu. Disse que certamente não estaria na próxima. É um anúncio de que pediu demissão.
Nesta sexta, o ministro Jaques Wagner, da Casa Civil, comentou uma eventual troca de comando da pasta. Segundo disse, independentemente do nome que substitua o atual titular da Fazenda, quem banca a política econômica”, quem decide mesmo, “é a presidente Dilma Rousseff”.
O ministro preferiu não confirmar a saída de Levy, como se precisasse, mas ponderou que o novo titular da pasta deve ter um perfil político e técnico.
As declarações de Wagner foram dadas em visita à CNBB, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, na manhã desta sexta-feira. Questionado se ele era um dos nomes cotados para assumir a Fazenda, Wagner brincou e disse: “Sim, por isso vim pedir as bênçãos aqui na CNBB”. A ironia é maior do que parece. Wagner é judeu.
A falta de graça está em outro lugar. Em reunião com representantes da esquerda, que promoveram o ato em favor de Dilma e contra Levy na quarta-feira, a presidente deu a entender que pode, sim, mudar a inflexão da política econômica.
Tudo indica que ela pretende recuperar aspectos daquela política econômica que conduziram ao país à beira do abismo.
E, a gente sabe, em matéria de abismo, essa gente é boa: quando essa turma chega ao limite, diria Millôr Fernandes, sempre dá mais um passo.
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