Segundo o Datafolha, São Paulo reuniu 40.300 manifestantes. Acho que foi mais. Mas não vou pôr a minha impressão para disputar com os critérios que o instituto atesta como científicos. Contento-me com os 40 mil de São Paulo. Somadas as 100 cidades que assistiram a manifestações, a coisa deve roçar, então, os 80 mil, 90 mil, 100 mil talvez.
Os esquerdistas, que escolheram São Paulo para o protesto de quarta, e só São Paulo, dizem esperar “50 mil” no que pretendem que seja, como é mesmo?, “a maior manifestação da esquerda contemporânea”. E olhem que a máquina oficial está por trás da mobilização, como se sabe.
Membros do MBL e do Vem Pra Rua se surpreenderam com a presença. Tiveram pouco mais de uma semana para mobilizar as pessoas. Mesmo assim, houve protestos em 22 capitais mais Distrito Federal, além de muitas outras cidades — num total de cem.
Isso indica a capilaridade desses movimentos e sua capacidade de mobilização, que hoje intrigam as esquerdas. Ela tentam entender como é que movimentos que não aparelham a sociedade, que não contam com farto financiamento oficial, que não dispõem de militância paga conseguem ser tão efetivos. As esquerdas ainda não entenderam que a sociedade brasileira se dá conta de que está sendo roubada por um súcia.
Big One
A manifestação de hoje marca a retomada das mobilizações populares em favor do impeachment. O grande ato está com data marcada: 13 de fevereiro de 2016. Aí, sim, se o governo quiser — bem como o jornalismo do nariz marrom —, comparações com atos passados farão algum sentido.
A delinquência intelectual oficial pôs para circular a versão de que a suposta menor adesão de hoje se deve a uma reação negativa da população à oposição. É uma estupidez. O ato deste domingo não tem relação nenhuma com a oposição, a exemplo dos anteriores. Foi convocado pelos movimentos.
Outra coisa: num domingo, vai ao protesto quem quer… ia ao protesto! As esquerdas vigaristas costumam marcar manifestações em dia útil porque pretende contar as vítimas de suas arruaças como manifestantes.
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