Enquanto escrevo este post, a Bolsa opera em alta de 4,13%, e o dólar, em queda, está cotado a R$ 3,7799 para compra e R$ 3,7809 para venda, com queda de 1,4%. Sabem o que é isso, não? Chama-se efeito impeachment.
Não poderia haver melhor retrato de que temos hoje um governo contra sociedade, que, ao longo de um ano, foi se deslegitimando.
Deslegitimou-se quando, logo nos primeiros dias, deixou claro que o Brasil tinha sido vítima daquele que deve ser um dos maiores estelionatos eleitorais das democracias contemporâneas. É frequente que governos não consigam fazer tudo aquilo que prometem. Mas é raro que governos se vejam na contingência de fazer o contrário do que prometem.
Deslegitimou-se porque o partido que está no poder, diante das evidências de seus malfeitos e de seus crimes, prefere, em vez de fazer, ao menos, um decoroso mea-culpa, acusar conspirações inexistentes.
Deslegitimou-se porque, ainda que não houvesse uma crise política, cuja origem é a cleptocracia que se assenhoreou do poder, fabricou uma das maiores crises econômicas da história.
Deslegitimou-se porque, em vez de ficar atento aos críticos, que apontavam as falhas do modelo em curso — que remontam, de maneira mais clara, já ao segundo mandato de Lula —, preferiu desqualificar os que ousavam apontar os erros na condução da política econômica.
Estavam e estão obviamente errados aqueles que sustentam que o eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff vai trazer grandes turbulências ao país.
Os únicos que podem gerar algum calor, mas nenhuma luz, são os militantes de extrema esquerda. Mas isso eles farão sempre porque é de sua natureza e de sua vocação.
Ninguém vive sem esperança. Nem pessoas nem países. Dilma tem de estender que se esgotou a confiança da esmagadora maioria dos brasileiros de que ela consiga, ao menos, ser uma boa conselheira na crise.
O melhor que pode fazer em benefício dos brasileiros, que ela diz respeitar, é renunciar ao mandato. Para que o país, sem o peso que ela passou a representar, tente encontrar mais cedo o seu caminho.
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