Leio em Radar Online, da sempre excelente Vera Magalhães, o seguinte post sobre as prévias do PSDB, que vão definir o candidato do partido à Prefeitura. Volto depois.
Diante de tamanho acirramento nas prévias do PSDB paulistano, a avaliação dos dois lados é que a decisão vai acabar no Diretório Nacional.
O comando municipal, dominado por aliados de Andrea Matarazzo e Ricardo Tripoli, tende a aceitar o pedido de impugnação da disputa, sob a alegação de abuso de poder econômico por parte de João Doria Jr, que saiu na frente no primeiro turno.
O diretório estadual, afinado com o governador Geraldo Alckmin, apoiador de Doria, deve derrubar a decisão do municipal caso ele anule mesmo as prévias, o que faria com que o caso subisse para Brasília.
Alberto Goldman, apoiador de Matarazzo e autor da petição que pede a impugnação de Doria, é vice-presidente nacional do PSDB. Silvio Torres, ligado a Alckmin e a Doria, é secretário-geral do partido.
Os dois já estão em contato com os demais membros do diretório nacional para dar as versões de cada lado sobre a confusão de domingo.
Retomo
Pois é… Ouço aqui e ali manifestações de desalento dos eleitores. Os que se opõem à calamitosa gestão do petista Fernando Haddad (PT), em São Paulo, certamente poderiam oferecer um espetáculo mais digno aos eleitores.
Houve de tudo na convecção de domingo, inclusive cenas de pugilato.
Em princípio ao menos, o partido decidirá em segundo turno quem será seu candidato à Prefeitura. A disputa, marcada para o dia 20 de março, se dará entre João Dória Junior, que teve 2.681 votos (43,13%) e Andrea Matarazzo, com 2.045 (32,89%). Ricardo Trípoli ficou em terceiro, com 1.387 (22,31%).
Para que o pleito terminasse no primeiro turno, seria necessário que um dos candidatos tivesse obtido 50% dos votos mais um.
Baixaria
No diretório do bairro de Tatuapé, por exemplo, um homem chegou a quebrar computadores e urnas; em outro momento, apoiadores de Dória e de Trípoli saíram no tapa.
A briga entre tucanos não ficou limitada ao plano físico. Na petição encaminhada ao Diretório Municipal, Goldman e José Aníbal, presidente da Fundação Teotônio Vilela e apoiador de Trípoli, acusam Dória de abuso de poder econômico, propaganda irregular, transporte de eleitores no dia da votação e infrações à lei da Cidade Limpa.
Guerra suja
Nem vou entrar no mérito da guerra suja. Vou é lamentá-la. Jornais, portais, sites, blogs estão coalhados de plantações de todos os lados. Quem ganha com isso? Certamente não é a política. Os eleitores tampouco.
O problema é que esse tipo de confronto tende a fazer só perdedores. O eleitor pode se perguntar: “Caso um tucano vença a Prefeitura, quais serão os adversários? Os petistas e os próprios tucanos?” Ou ainda: aquele que vencer a convenção terá os outros dois como inimigos, é isso? Faz-se uma prévia em que todos acham que o único resultado aceitável é a vitória?
As acusações feitas por Goldman e Aníbal são graves, claro! Vejam só: se parte considerável dos 43,13% de votos que Dória obteve foi comprada, a ponto de lhe garantir a dianteira, então esse partido tem de ser é fechado, não é mesmo?
Quando o candidato tucano aparecer na televisão para fazer propaganda, quem será o alvo? Os petistas ou os outros tucanos? Um partido submetido a esses ataques, vindo de seus próprios correligionários, merece ganhar a Prefeitura? É evidente que as divergências fugiram do aceitável. Porrada não é argumento.
Num momento em que o PSDB reúne todas as condições objetivas para vencer a eleição na maior cidade do país, o fantasma da derrota mostra a cara, a menos que as partes envolvidas estabeleçam um pacto de civilidade. Ou que sinal estarão passando aos eleitores? Eles devem acreditar em tudo o que um tucano diz do outro? Se a resposta for “sim”, então o partido não pode vencer, ora essa!
O desdobramento da prévia é deprimente. Decidir no voto quem será o candidato tem como objetivo fortalecer o partido. O PSDB da cidade de São Paulo está é se esfarelando. O morador da cidade quer uma alternativa ao descalabro administrativo em curso, não porradaria.
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