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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Aécio, Lula e a investigação: um peso, duas medidas

Vamos botar os devidos pingos nos is. O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, determinou o arquivamento de uma investigação contra o senador Aécio Neves, do PSDB de Minas Gerais, no âmbito da Operação Lava Jato.

Zavascki acatou pedido da Procuradoria-Geral da República, que não viu consistência nas acusações feitas pelo entregador de dinheiro do doleiro Alberto Youssef, Carlos Alexandre de Souza Rocha, conhecido como Ceará. Em delação premiada, Ceará afirmou que teria levado R$ 300 mil para a sede da empreiteira UTC no Rio de Janeiro e que um diretor da empresa havia dito que a quantia seria encaminhada a Aécio.

Como nem Youssef nem o então presidente da UTC, Ricardo Pessoa, confirmaram a versão, a investigação sobre o tucano foi arquivada.

Em vídeo, o presidente do PSDB diz que a decisão desmascara mais uma tentativa de setores do PT de envolver representantes do PSDB no petrolão. Assista ao vídeo. Volto em seguida.

Voltei
Entendo as razões que levam Aécio a saudar até a Procuradoria-Geral da República… É bom, claro!, que Janot e Zavascki tenham feito a coisa certa, mas pergunto: por que, mesmo, Aécio era investigado?

Então um sujeito diz ter ido até o escritório de uma construtora, ouvido lá “de um diretor” que um dinheiro era para Aécio, e isso basta para fazer do senador “um investigado”, ainda que o dono da empreiteira e o chefe do dito-cujo no mundo do crime tenham negado o pagamento?

Situação não menos surreal viveu o senador Antonio Anastasia (PSDB). Uma dessas figuras das sombras também disse que teria levado dinheiro a alguém muito parecido com o político. O reconhecimento foi feito por fotografia. Mas tome inquérito! Também arquivado.

Pergunta óbvia
Digam-me cá: então dois testemunhos frouxos, inverossímeis, que não encontrariam nem sequer explicação lógica, ainda que fosse uma lógica criminosa, bastaram para fazer de Aécio e Anastasia “investigados”, mas as duas delações premiadas atestando a atuação de Lula na operação do grupo Schahin que permutou doação de R$ 60 milhões ao PT — já que empréstimo deixou de ser — com contrato bilionário para operar navio-sonda não geram nem sequer pedido de abertura de inquérito? Refiro-me a Fernando Baiano e a Nestor Cerveró.

Não só: José Carlos Bumlai admitiu que serviu de laranja na operação. Salim Schahin confirmou que o partido deixou de pagar o empréstimo em razão do contrato para operar o navio-sonda.

Sim, o Ministério Público Federal fez o óbvio no caso de Aécio: pedir para arquivar a investigação. Mas não faz o óbvio no caso de Lula: abrir a investigação.

Perto disso, apartamento e sítio são mesmo coisas “fubangas”, como disse o petista Marco Aurélio Garcia, o rei do tártaro.



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