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terça-feira, 24 de novembro de 2015

PT só abraça Cunha e lhe dá socorro quando as lambanças do deputado vêm à luz

Há algo de absolutamente notável na relação entre o Presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e os petistas. Vou demonstrar. Antes, algumas considerações.

Deputados do PT se reuniram nesta segunda com os ministros Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) e Jaques Wagner (Casa Civil) para tratar do caso Cunha. O busílis é o seguinte: o partido e o Planalto impuseram a linha justa aos companheiros: não é para criar caso. Deixem o homem em paz. Lula cuidou do assunto pessoalmente.

Alguns parlamentares estão descontentes. Acham que é peso demais para carregar. Ah, é mesmo, é? Petista vê o partido promover o mensalão, os aloprados e o petrolão, continua na legenda, defende os malfeitos e depois faz beicinho para o presidente da Câmara? Quem tem o Apedeuta da Silva como chefe não tem por que se escandalizar com Cunha, certo? Tenham paciência!

Pode até existir um desconforto ou outro, mas não acredito nesse papinho, não. Afinal, seria preciso que uma objeção de consciência obrigasse esses senhores a repudiar o presidente da Câmara. Mas que objeção de consciência tem quem continua petista?

E agora vamos àquele “algo absolutamente notável” a que me referi. Cunha e os petistas passaram o ano trocando farpas e, às vezes, agressões. Quando Rodrigo Janot soltou a sua lita de investigados, o presidente da Câmara a encabeçava. Ficou furioso. Viu o dedo do Planalto e anunciou seu rompimento.

Notem: nem petistas nem ninguém sabiam daquele passado assombroso de Cunha. As restrições do PT a ele não se davam no campo moral ou ético, mas apenas no ideológico. Cunha foi fundamental para a aprovação da chamada PEC da Bengala — que impedirá Dilma de nomear mais cinco ministros do Supremo caso fique até 2018 — e para enterrar a reforma política aloprada dos companheiros.

Muito bem! O PT deu início, então, a múltiplas operações para desestabilizar Cunha. O debate chegou a constantes bate-bocas.

E quando é que a pax é selada? Ora, justamente quando o deputado está mais ferrado. E não em razão das escolhas políticas que fez, e sim das lambanças.

Ora, PT e Cunha se entendem, depois de quase um ano de pancadaria, justamente quando a biografia do deputado virou uma folha corrida. É claro que isso quer dizer alguma coisa, não?

Ou por outra: o Cunha ao qual servem os petistas tem a mesma moralidade do PT. As divergências são meramente ideológicas, mas todos se igualam nos métodos.

Quem veio tratar do assunto nesta segunda? Ora, comentador universal: Edinho Silva, o ministro “Edson Antonio, ele próprio um investigado da Lava-Jato. Negou o óbvio. Assegurou que o governo não está empenhado em salvar a cabeça de Cunha.

Ah, está, sim! Não deixa de ser curioso que Edinho, que deveria estar cuidando do próprio pescoço, resolva ser a voz oficial nesse caso.



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