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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Cunha volta a negar que tenha recebido dinheiro do BTG. E a fábula do pastor e do lobo às avessas

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), concedeu uma entrevista nesta segunda em que voltou a negar que tenha recebido R$ 45 milhões do BTG Pactual. Classificou de novo a acusação de absurda e listou o que considera evidências de que fala a verdade.

Segundo anotações encontradas em poder de Diogo Ferreira, assessor do senador Delcídio do Amaral, o banco teria pagado essa dinheirama a Cunha por uma emenda apresentada por ele à MP 608 que seria do interesse da instituição financeira.

O deputado disse mais:
“A medida provisória em debate foi feita para tratar dos bancos existentes, em enquadramento no Acordo da Basileia. Não tem sentido tratar de benefício envolvendo bancos em liquidação. A minha emenda foi justamente em sentido contrário ao que o governo federal havia proposto em sua medida provisória”.

Bem, meus caros, cumpre que a gente se atenha aos fatos mesmo quando a personagem é Cunha, que anda com déficit de credibilidade. E é fato que, nesse particular, o que ele fala faz sentido. As emendas que apresentou suprimiam a possibilidade de bancos em liquidação se aproveitarem de créditos fiscais.

O relator da MP à época era o hoje senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB). De fato, como lembra o presidente da Câmara, o tucano rejeitou todas as emendas e acresceu ao texto mecanismos que impediam a utilização de créditos em liquidação. Contra, portanto, eventuais interesses do BTG Pactual.

O que estou dizendo com isso? Se o BTG pagou ou não R$ 45 milhões a Cunha, bem, isso não sei, e a coisa tem de ser investigada. Que o tenha feito em razão da atuação do deputado naquela MP, bem, isso, em si, não parece fazer sentido. A menos que haja meandros aí que não estão claros ainda.

Um dos problemas de Cunha é que ele está como uma versão às avessas do pastor que vivia gritando “Olha o lobo!” só para assustar os demais pastores. Um dia o bicho veio, ele gritou, e ninguém o socorreu.

Cunha negou tantas coisas que se verificaram, depois, verdadeiras que, mesmo quando as circunstâncias são favoráveis à sua versão, ninguém se atreve a condescender.



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