Leiam trecho:
Começo pedindo perdão aos decepcionados por eu não ceder esta coluna a uma mulher. Meu feminismo não deixa. Quando a Folha me contratou, entendi ue não era em razão de eu ser dotado daquilo a que o ex-ministro do Supremo Ayres Britto, em veredito já célebre, chamou um “plus, um bônus, um regalo da natureza”. À época, fiquei em dúvida se ele achava o troço um privilégio ou um apêndice irrelevante.
Até porque, fosse assim, eu teria, por implicação lógica, de enxergar a mulher como um ser “sem plus, sem bônus, sem regalo”. E, bem, pedindo as devidas vênias, entendo que mulheres são mais do que homens sem “plus”. Sem contar que constituem a minha melhor hipótese de regalo específico mesmo quando me interesso por suas ideias. Às vezes, só quero sexo mesmo. Devo me sentir mal por isso, pedir perdão, tomar banho de creolina?
Nunca me ocorreu que também minhas opiniões tivessem pênis, mas não descarto essa possibilidade por uma questão de rigor intelectual. Confesso, no entanto, que parece estranho procurar a vagina dos textos de Hannah Arendt, de Ayn Rand, de Safo de Lesbos –nesse caso, então, pra quê?
(…)
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