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segunda-feira, 16 de novembro de 2015

E Barack Obama continua a dizer e a fazer besteira

O Estado Islâmico deve rir às escâncaras da inteligência política de Barack Obama. Em primeiro lugar, ele e alguns líderes europeus — como Nicolas Sarkozy e David Cameron (notem que incluo dois ditos conservadores no grupo), além de François Hollande — são em parte responsáveis pela atual desordem no Oriente Médio e norte da África.

Isso a que assistimos é o desdobramento mais evidente da forma como as potências ocidentais enxergaram a dita “Primavera Árabe”. Não perceberam o que se afigurava evidente desde o começo: exceção feita à Tunísia, por enquanto ao menos), as forças que se levantaram contra regimes ditatoriais eram essencialmente fundamentalistas.

Nesta segunda, Obama anuncia ao mundo que os EUA descartam uma ação terrestre na região hoje ocupada pelo Estado Islâmico. Que outro senhor da maior máquina de guerra do mundo anunciaria aos inimigos os próximos passos?

A política de Obama permitiu a Marcha da Besta na Líbia, na Síria e, ora veja, não fosse um golpe militar, também no Egito. A saída destrambelhada dos soldados americanos do Iraque abriu o caminho aos extremistas.

Lamento muito ter estado certo durante todo o tempo em que previ que a “Primavera Árabe” resultaria num longo e tenebroso inverno — inclusive das liberdades civis.

Obama não é só incompetente. É também arrogante. Ao afirmar que não haverá incursão terrestre, remete ao passado e diz saber muito bem aonde isso dá. É claro que ele se refere ao pós-Iraque e pós-Afeganistão. Digamos, nem vou entrar nesse mérito agora, que ambas as intervenções tenham sido erradas — embora tão distintas entre si. Mesmo assim: cabe a pergunta: o Estado Islâmico é consequência desses eventos?

Qualquer pessoa medianamente informada sabe que não. O Estado Islâmico nasceu do apoio objetivo que Obama e líderes europeus deram a supostos defensores da democracia, que traziam em seu ventre a besta do terror. Ao anunciar que não vai intervir, o presidente americano quase que reconhece a fatalidade de haver por lá uma gente como aquela.

Olhem o Oriente Médio e a África que este senhor encontrou em 2008 e vejam qual será o seu legado em 2016.

Para encerrar: eu não acho que os EUA sejam a polícia do mundo e que o país pode decidir sozinho o que fazer, como se a realidade política nas nações muçulmanas não tivesse um espaço autônomo. É claro que tem. Resta, no entanto, evidente o papel desastroso que americanos e europeus exerceram na região nos últimos cinco anos, o que contribuiu, de forma importante, para a emergência da barbárie.



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