O noticiário sobre a Lava Jato de praticamente todos os veículos é dotado de uma personalidade, de um modo de ser, de um jeito, a saber: com alguma frequência, recicla-se o fato velho como notícia nova. Explica-se: como a velharia é repetida em evento novo, então novo é só o… evento! Que oferece mais do mesmo. Sim, dou um exemplo eloquente.
Cláudio Melo Filho — ex-presidente da Odebrecht, que já disse, segundo delação premiada e vazada, que o então vice-presidente Michel Temer pediu doação de campanha a Marcelo Odebrecht em jantar no Jaburu — reafirmou essa versão em depoimento prestado ao ministro Herman Benjamin, do TSE.
Mas ele deixou claro: não se tocou em valores. Suponho que tampouco se debateu à mesa a forma da doação.
O que há de especioso nisso? Michel Temer já admitiu que ofereceu o jantar. Marcelo Odebrecht confirmou que se tratava, sim, de um encontro para tratar de doação — e, sem querer nem ser nem parecer tautológico, as doações legais eram… legais! Ambos dizem que não se falou de valores.
O que há de novo na notícia? Bem, Melo Filho repetiu ao TSE o que já dissera em delação. Para o presidente Michel Temer, fica tudo como antes, o que não quer dizer situação confortável.
Não estou tentando minimizar nada. É evidente que o caso é complicado. Afinal, à Força Tarefa, Melo filho afirmou que R$ 10 milhões teriam sido doados pelo caixa dois, o que o PMDB nega: há, de fato, uma doação de valor correspondente feita pela Odebrecht.
Mas também isso já é conhecimento público.
Arquivado em:Brasil, Política
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