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A ex-presidente Dilma Rousseff recebeu ontem, em seu apartamento no bairro de Tristeza, em Porto Alegre, uma oficial de Justiça do Tribunal Regional Federal da 4ª Região que a intimou a depor como testemunha de defesa do empreiteiro Marcelo Odebrecht. O depoimento de Dilma ao juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato em Curitiba, se dará por videoconferência no dia 24 de março, à 14h, quando a petista deverá comparecer à Justiça Federal da capital gaúcha.
A ação penal em que a ex-presidente testemunhará tem como réus, além de Odebrecht, o ex-ministro Antonio Palocci, que ocupou a chefia da Casa Civil durante o primeiro mandato de Dilma, o marqueteiro João Santana, responsável pela propaganda das duas campanhas presidenciais vencidas por ela, e outros 12 acusados pelo Ministério Público Federal.
Conforme a denúncia oferecida pelos procuradores da Operação Lava Jato e aceita por Moro, “Antônio Palocci determinou que US$ 10.219.691,08 correspondentes a uma parcela da propina que havia sido pactuada com Marcelo Odebrecht fossem transferidos a Mônica Moura e João Santana, no exterior, para o pagamento de dívidas do Partido dos Trabalhadores com os publicitários”.
Segundo o MPF, Palocci atuava dentro do governo como representante dos interesses da Odebrecht e por isso foi recompensado “de forma continuada”, assim como o PT, por propinas repassadas pelo Setor de Operações Estruturadas, o departamento de propinas da empreiteira.
FHC fala a Moro
Assim como Dilma Rousseff, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também deporá a Sergio Moro. O tucano foi arrolado como testemunha de defesa do presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e falará ao juiz da Lava Jato na próxima quinta-feira, a partir das 9h30. O depoimento de FHC será tomado por videoconferência na sede da Justiça Federal de São Paulo.
Okamotto é réu na mesma ação penal em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é acusado de receber um apartamento tríplex da OAS e também ser favorecido ilicitamente pela empreiteira no armazenamento de seu acervo presidencial.
Ao convocar FHC como testemunha, Okamotto pretende que o tucano fale sobre o recebimento de presentes durante seus mandatos presidenciais e como os armazenou.
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