A economia dá sinais de recuperação, como todos sabem. Não é obra do acaso, da árvore da vida, de ciclos que se repetem aborrecidamente. Não! O que temos aí decorre de decisões tomadas pelo governo do presidente Michel Temer.
Para tomá-las, cumpre lembrar, foi preciso construir uma ampla maioria no Congresso.
Não obstante, a crise política prossegue. E ela é, sim, decorrente, ATENÇÃO PARA ISTO, do lado obscuro da Lava-Jato.
Os senhores procuradores não precisam parar de fazer nada do que fazem de legal.
O juiz Sérgio Moro não precisa parar de fazer nada do que faz de legal.
A crise política da hora não se teria instalado sem o vazamento da delação de Cláudio Mello Filho, ex-diretor da Odebrecht, segundo quem o presidente Michel Temer teria acertado com a Odebrecht uma doação ao PMDB de R$ 10 milhões, mas pelo caixa dois.
Desse total, R$ 4 milhões seriam reservados ao ministro Eliseu Padilha, e R$ 1 milhão teria sido entregue no escritório do empresário José Yunes, amigo de Temer. Este, por sua vez, disse à Procuradoria Geral da República que recebeu, sim, um pacote para Padilha. Mas não sabia o que era. E ele próprio levantou a hipótese de ter sido usado como “mula”.
O presidente se viu na contingência de emitir nota repetindo o que já dissera antes: participou do pedido de doação, mas tudo se fez dentro da lei.
“O que você queria, Reinaldo, que essas informações ficassem debaixo do tapete?” Que bobagem! Queria o que quer o Estado de Direito: que, no devido tempo, os órgãos responsáveis apresentassem as respectivas denúncias, e os tribunais decidiriam.
O que constrange hoje o país é a instabilidade permanente, que só é útil, reitero, a especuladores. A indistinção entre os muitos crimes e irregularidades envolvendo a Lava Jato — de sorte que, para o povão, todo mundo é igual — já promoveu o que chamo de razia na classe política.
Olhem as escolhas eleitorais e verifiquem o percentual de pessoas dispostas a ceder a um messianismo de esquerda, a um messianismo de direita ou a um messianismo transcendental…
É claro que esses golpes contribuem para diminuir, vamos dizer, a visibilidade dos investidores. É evidente que, nessa toada, a recuperação esmorece. E isso significa que os pobres pagarão as contas, o que vai levar água para o moinho das esquerdas.
Temer ficará, agora, sem seu chefe da Casa Civil. Dado o mal que cometeu o ministro, cuidados posteriores etc, é recomendável que se mantenha afastado do governo. No que diz respeito à investigação, sua situação não melhorou. Ela, na verdade, piorou.
Esse país que não consegue relaxar, que não consegue respirar normalmente, que está sempre caçando mais um… Bem, desse mato não sai coelho. Desse mato, o que sai é petista, é esquerdista.
E os vermelhos estão farejando tudo com precisão, não é? Só a direita xucra não percebeu. Ou melhor: finge não ter percebido. Até ela já sabe. Mas como recuar agora sem parecer covarde diante dos brucutus.
Já deixei claro que não chamo de xucros todos os grupos que decidiram protestar no dia 26. Há os sérios. E já discriminei seus nomes em outras circunstâncias. A propósito: os verdadeiros xucros já zurraram.
Sim, a equação econômica tem jeito. Por enquanto, o risco é o país afundar na equação política.
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