“A Câmara aditou, antes da formação da Comissão, as denúncias do Delcídio do Amaral. Essas denúncias farão parte também do nosso estudo para que a gente possa formular um relatório dentro exatamente do que estou colocando”.
A fala, informa a Folha, é de Jovair Arantes (PTB-GO), relator da comissão do impeachment.
Parlamentares do PT prometem recorrer ao Supremo se isso acontecer. Pura conversa mole. Qualquer processo, inclusive um de impeachment, pode levar em consideração elementos novos.
É tão fácil argumentar que chega a dar preguiça. Se aparecessem elementos indicado que a presidente é inocente, seriam ou não levados em consideração? De resto, essa questão enseja um debate técnico, e o busílis é principalmente político. Ainda que a delação de Delcídio não fizesse parte da denúncia, ela faz parte da consciência dos deputados. Afinal, eles sabem o que vai na delação do senador.
O deputado Wadih Damous (PT-RJ), advogado, ex-presidente da OAB-Rio, não cansa de passar vergonha: “Não pode fazer aditamento, prejudica o direito de defesa”. É mesmo? Ocorre que a presidente ainda não apresentou sua defesa, ora bolas! A quem ele acha que engana?
Arantes, que segue líder do PTB na Câmara e é tido como favorável à admissão do processo de impeachment, disse não dar bola para pressões. Afirmou: “A pressão faz parte do jogo. Quem não quer receber pressão fica em casa, veste o pijama.”
E acrescenta: “Ao final do relatório, eu terei um lado muito chateado comigo e outro lado muito satisfeito. Agora evidentemente quem tem que estar satisfeito comigo é a minha consciência”.
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