Não é o caso, acho eu, de procurar chifre em cabeça de cavalo — ou de tucano. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso minimizou, nesta quarta, eventuais divergências na cúpula do partido quanto ao eventual processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Tanto ele como o senador José Serra (PSDB-SP) deixaram claro que ainda não veem caracterizada a situação que permita ao partido apresentar à Câmara uma denúncia. O senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, preferiu ser mais afirmativo: disse que, se ficar comprovada a participação de Dilma na chamada pedalada fiscal, o partido pedirá, sim, o impeachment.
A diferença, me parece, é só de acento, não de substância. Será que FHC e Serra defendem que não se ofereça a denúncia, mesmo que fique evidente o cometimento de crime? Ora, é claro que não! E foi o que disse Aécio.
Minha posição aqui é clara, como sempre. Fui o primeiro na grande imprensa a escrever a palavra impeachment, associada a Dilma. Vejo razões para tanto. Mas entendo que o maior partido de oposição seja cuidadoso. Seria um desserviço ao país apresentar uma denúncia que fosse imediatamente derrubada na Câmara.
Ora, como disse Serra, impeachment não é um programa de governo — ou um programa de oposição. O que me parece é que todos concordam que não se admite que uma presidente que tenha cometido crime continue no poder.
O jurista Miguel Reale elabora um estudo para o partido. Ela terá mais tempo para apresentar seu parecer. Disse Aécio: “Não faltará ao PSDB a coragem necessária para, no momento certo, se identificados realmente os crimes que agora são noticiados, vamos agir como esperam de nós a grande maioria dos brasileiros. Nem pedimos prazo ao jurista. Ele está examinando todas essas frentes”.
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