O relator do petrolão no Supremo, Teori Zavascki, mandou soltar o senador Delcídio do Amaral (PT-MS). Ele vai cumprir prisão domiciliar, sem tornozeleira. Segundo seus advogados, poderá participar normalmente das sessões do Senado. Encerrado o expediente, tem de voltar para dormir em casa. Vamos ver quantos aparecerão para se solidarizar com ele.
Delcídio foi preso porque o filho de Nestor Cerveró gravou uma conversa em que o senador desenhava um mirabolante — e, se querem saber, inverossímil e talvez inexequível — plano de fuga para o ex-diretor da área Internacional da Petrobras.
Na conversa, o petista sugeria que tinha até os seus contatos no Supremo. Também falava sobre uma pensão mensal de R$ 50 mil a Cerveró. É até possível que, não fosse a bazófia, não teria ido parar atrás da grades…
Mas não se enganem. Delcídio está bem mais enrolado na Lava Jato do que isso. Fernando Baiano, por exemplo, delator premiado, diz que o senador petista levou US$ 1,5 milhão em propina pela compra da refinaria de Pasadena.
Não é só isso, não! Baiano sustenta também que um contrato para o aluguel de um navio-sonda rendeu US$ 6 milhões em propina, divididos entre Delcídio, o atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) e o ex-ministro Silas Rondeau, também filiado ao PMDB.
Delcídio tinha decidido, sim, fazer acordo de delação premiada. Por razões desconhecida, desistiu. O PT chegou a falar na sua expulsão. E há uma denúncia contra ele no Conselho de Ética, que pode resultar na sua cassação.
O senador levava pânico às hostes petistas. O grande temor era justamente que fizesse a delação. Ele conhece as campanhas do PT por dentro. E também tem o mapa do governo federal, de quem era líder do Senado.
Quando os petistas começaram a tratá-lo como um estranho, mandou um recado: poderia botar fogo no circo. Os companheiros mudaram de assunto.
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