Por Reynaldo Tureollo Jr. na Folha:
O advogado de um lobista da cooperativa Coaf, que fraudava contratos de merenda escolar em São Paulo, afirmou à Folha que seu cliente pagou um percentual sobre um contrato com a Secretaria Estadual da Educação a um ex-assessor do deputadoFernando Capez (PSDB), hoje presidente da Assembleia Legislativa.
Em depoimento à polícia, ex-dirigentes da cooperativa acusaram Capez de também receber propina do esquema da merenda. Segundo o advogado Luiz Fernando Pacheco, representante do lobista Marcel Ferreira Julio, que está foragido, o ex-assessor Jéter Rodrigues atendeu Marcel no gabinete de campanha de Capez, em 2014, e ofereceu o serviço de “consultoria comercial” junto à secretaria do governo Geraldo Alckmin (PSDB).
“O Jéter recebeu valores e forneceu recibos. A conversa foi só com o Jéter. Não me cabe especular se o Jéter estava falando ou não em nome de outras pessoas, se o dinheiro que ele recebia ele repassava para alguém”, disse Pacheco. Os recibos, segundo o defensor, foram emitidos por Jéter de próprio punho e serão entregues aos investigadores. O advogado afirmou ainda que a Coaf, por meio de seu cliente, deu um freezer de presente ao ex-chefe de gabinete da Casa Civil Luiz Roberto dos Santos, o Moita, que estava abrindo um bar em Mongaguá (litoral paulista) no final do ano passado.
O regalo, de acordo com o advogado, foi um agradecimento por Moita ter conseguido acelerar o registro de um documento da cooperativa na Junta Comercial. “O Moita é antigo no PSDB, o Marcel o conhece há anos. O Moita fez isso por mera liberalidade, não teve pedido de propina. Foi uma gentileza”, disse Pacheco.
Funcionários da Coaf já haviam dito à polícia que Moita interferiu na Junta para favorecer a entidade.A Coaf precisava com urgência arquivar a ata de uma assembleia para liberar um pagamento de R$ 1,2 milhão feito pelo governo. Pelos depoimentos, o trâmite na Junta levou quatro dias.Procurada, a Junta Comercial, ligada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado, confirmou que o procedimento foi feito em quatro dias, mas afirmou não ver indícios de favorecimento.Moita também já caiu em um grampo da Polícia Civil em que orientava a Coaf sobre como aumentar os ganhos no contrato com o governo.
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