Vejam isto:
Tenho, sim, as minhas opiniões e as defendo com firmeza — com dureza às vezes. Mas jamais tive a cara de pau e a sem-vergonhice de pedir a cabeça de quem quer que seja. Não me comporto como a Rainha de Copas.
Mas as esquerdas não têm prurido nenhum. Fazem isso com impressionante desassombro. Andei escrevendo aqui há alguns dias a respeito. Eu lamento muito os desatinos das pessoas que não sabem ser mestres; que, incumbidas da tarefa de ensinar, de estimular o pensamento, de provocar o debate, exercitam apenas preconceito, intolerância e vaidade.
É o caso da professora de economia Laura Carvalho, da USP. Não costumo concordar nem com a sua sintaxe. Mas que escreva, que exponha seu pensamento, que defenda seus pontos de vista. Um país democrático e plural há de reservar lugar também para ela. Na universidade e na imprensa.
Mas não é o que ela pensa. Colunista da Folha, Laura decidiu entrar na corrente contra a contratação de Kim Kataguiri, um dos líderes do Movimento Brasil Livre, para colunista da versão eletrônica do jornal.
É um vexame! Kataguiri tem 19 anos. Poderia ser um dos seus alunos na Faculdade de Economia da USP. Se ela exercita essa intolerância na imprensa, imagino que ambiente acadêmico tem em mente. É uma vergonha que uma professora, que deveria, em princípio, estar aberta ao debate e ao esclarecimento, demonize os que não rezam segundo a sua cartilha.
Ela apagou o tuíte, mas é claro que ele não sumiu da rede. Se eu fosse aluno de Laura, teria receio de expor as minhas contraposições. Se ela não consegue tolerar que um jovem de 19 anos tenha um ponto de vista diferente do seu, é prudente que um aluno tema uma eventual retaliação de caráter ideológico.
Laura deveria se desculpar com Kim Kataguiri e exercitar um pouco mais de elegância profissional. E, claro!, pode até ser que a doutora tenha algo a ensinar ao jovem colunista.
Tolerância, como se nota, não é.
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