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segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Cerveró diz que Angola foi usada para lavar propina da Petrobras na campanha de Lula

Verdade ou mentira? Bem, será preciso investigar, claro! O que a se vai percebendo, aos poucos, mas de maneira assombrosa, é que Nestor Cerveró era uma espécie de caixa preta dos segredos mais escabrosos da Petrobras. A última bomba é esta: a campanha de Lula à reeleição, em 2006, teria recebido espantosos R$ 50 milhões de propina oriundos da compra, pela Petrobras, de lotes de exploração de petróleo naquele país. O dinheiro teria saído de uma operação de US$ 300 milhões.

Há muito os negócios feitos pelos governos petistas com ditaduras comunistas levantam suspeitas. Quem conhece as catacumbas do PT afirma que Cuba e Angola servem, vamos dizer, ao trânsito livre de dinheiro. Afinal, se existe alguma transparência por aqui — o que não impede, como se vê, que a canalha cleptocrata tenha se assenhoreado do Estado —, não existe transparência nenhuma por lá.

Segundo Cerveró, que lhe revelou a falcatrua foi Manuel Domingos Vicente, ex-presidente do conselho de administração da estatal petrolífera de Angola, a Sonangol. Ele é, hoje, vice-presidente do país e, obviamente, vai negar a tramoia.

Angola, um regime oficialmente comunista, é um dos países mais ricos do mundo em recursos naturais. É governado desde 1979 pelo ditador José Eduardo dos Santos. O país produz milagres. A filha do “comunista” José Eduardo, Isabel, é a africana mais rica do mundo, com uma fortuna estimada em US$ 3 bilhões.

Angola, não custa lembrar, é um dos países em que o BNDES financiou operações que eram consideradas “sigilosas”.

Para lembrar
A VEJA desta semana informa que as empresas de João Santana, marqueteiro do PT, estão na mira da Polícia Federal. A PF investiga, por exemplo, uma operação realizada em 2012 pelo publicitário. Uma de suas empresas, a Pólis Propaganda & Marketing, trouxe de Angola para o Brasil nada menos de US$ 16 milhões, o equivalente, à época, a R$ 33 milhões. Santana diz que se trata de dinheiro que ganhou na campanha eleitoral daquele país. Ele foi o marqueteiro do ditador!

Além de Angola, Santana fez ainda campanha para Mauricio Funes (Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional), em El Salvador, em 2009; para Hugo Chávez (Partido Socialista Unido da Venezuela), em 2012, e, no mesmo ano, para Danilo Medina (Partido da Libertação Dominicana). Curiosidade: as três agremiações integram o Foro de São Paulo. Adiante.

Em 2012, deu-se no Brasil a eleição de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo, que ficou sob o comando do publicitário, pela qual ele cobrou, oficialmente ao menos, R$ 36 milhões. A Polícia Federal investiga se a operação de internamento dos US$ 16 milhões não foi uma triangulação envolvendo lavagem de dinheiro. A hipótese: empreiteiras brasileiras que atuam em Angola teriam pagado a Santana, no exterior, pela campanha de Haddad — longe dos olhos da Justiça Eleitoral brasileira —, e ele teria se encarregado de trazer o dinheiro para o Brasil.

Cuba
Ah, sim, caros: não se esqueçam da dinheirama que o Mais Médicos manda para Cuba todo ano. Dá para ter algum controle sobre o dinheiro que sai do Brasil para a ilha. Mas e se a ditadura quiser mandar um dinheirinho clandestino pra cá? Quem controla? Ainda voltarei ao tema.



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