O vice-presidente Michel Temer e a presidente Dilma Rousseff mantiveram o primeiro encontro de 2016, o que é o fim da picada num país que atravessa uma das piores crises da sua história. Por que é assim? Porque Dilma não é e nunca foi uma pessoa afeita ao diálogo. Ficaram juntos por uma hora e meia; sozinhos, apenas 15 minutos. Na maior parte do tempo, a dupla estava escoltada pelos ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo).
O vice sugeriu que a presidente ouça mais a sociedade — entre eles, os membros do Conselho Econômico e Social, que volta a se reunir em fevereiro. Dilma deu a entender que acha a ideia boa. Vamos ver o que vem.
A conversa foi cordial, mas ninguém deve manter ilusões. Temer é hoje visto por petistas e pela presidente como um adversário — ou mais do que isso: um inimigo. Tanto é assim que o Planalto já decidiu meter o bedelho na eleição para líder do PMDB, apoiando abertamente Leonardo Picciani (RJ), aquele deputado que saiu da base de Cunha para se tornar a base de Dilma. Bastou mudar a chavinha, como num aparelho bivolt, e ele passou do 110 para o 220. Dilma pôs até um ministério (Aviação Civil) a serviço da causa.
O Planalto também estava decidido a derrubar Temer da presidência do PMDB. Parece que tal objetivo não será alcançado agora. Mas é fato que o peemedebista vai ter de negociar mais do que pretendia. Nesse caso, o braço armado é Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado — aquele dos seis inquéritos da Lava Jato que não saem do lugar.
Os estrategistas do PT acreditam firmemente que, quebrando as pernas do PMDB e incentivando o racha no partido, o risco de impeachment cai muito. Faz sentido? Tomada apenas essa variável, faz.
Ocorre que há um país cheio de brasileiros que fica bem distante de Brasília. Depois do Carnaval, vem a Quarta-Feira de Cinzas.
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