Entre os muitos triplos saltos mortais carpados de Marina Silva para ser contra o impeachment e, ainda assim, parecer combativa, está a tese exótica de que a eventual ascensão de Michel Temer, o vice-presidente, ao comando do país paralisaria a Lava Jato.
Ela não disse como isso poderia acontecer. Inventou uma situação que não faz o menor sentido:
“O nosso receio é que o impeachment possa criar uma aura de que o problema foi resolvido, retirando todo o suporte da população às investigações da Operação Lava Jato”.
A afirmação foi feita no domingo, depois de uma reunião da Executiva da Rede.
A afirmação, com a devida vênia, é mesmo ridícula, e Temer reagiu com dureza em uma nota:
“Fico preocupado com essa manifestação de desconhecimento institucional por uma pessoa que foi candidata a presidente da República por duas vezes. Nenhum presidente tem poder de ingerência nos assuntos de outro Poder”, disse Temer. E acrescentou: “É gravíssimo que uma figura pública tente desprestigiar os poderes soberanos do Estado”.
O vice-presidente tem razão de reagir com indignação. Não há nada que um eventual governo do PMDB poderia fazer contra a investigação que não possa ser feito pelo PT.
Aliás, para ser preciso, mais os petistas transitam pelos bastidores do Ministério Público Federal, como é sabido, do que o PMDB. Mais o petismo têm franjas que se estendem aos bastidores da Justiça do que os peemedebismo.
Não há uma só razão técnica, política ou de qualquer outra natureza que pudesse fazer um eventual impeachment paralisar a Lava Jato.
Marina apenas dá uma roupagem de resistência a seu oportunismo. Ela quer ser presidente da República. E considera que será mais fácil com uma Dilma e um PT esfrangalhados em 2018. Ela joga para ser “o” nome do chamado “campo progressista”, como dizem as esquerdas. E aposta que o outro lado, os não-esquerdistas, estarão divididos.
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