Querem deixar o diabo um pouco mais animado? A mesma pesquisa Datafolha informa que 58% dos brasileiros consideram o Congresso Nacional ruim ou péssimo. Alguém aí esperava algo muito diferente disso? É o pior resultado da série histórica do instituto.
Então ficamos assim: um Congresso acuado pelas acusações de corrupção, malhado nas ruas pela direita e pela esquerda, tido como a Geni do país pela imprensa, pelo Ministério Público e por amplos setores do Judiciário — com algumas vozes até dentro do Supremo — teria de fazer reformas que tendem, sim, a desagradar a amplos setores do país.
Ora, até as pedras sabem que a chance de mudar alguma coisa nessa área está nestes dois anos de governo Temer. Ou agora ou nunca.
Por isso mesmo, os aparelhos de pressão da esquerda e seus porta-vozes na imprensa passaram a pressionar em favor das eleições diretas. Investem numa emenda constitucional que abriria essa janela, ainda que o governo Temer caísse a partir de 1º de janeiro do ano quem vem, quando a Constituição impõe pleito indireto. Entendo que a emenda seria inconstitucional. Mas deixo isso para mais tarde.
O fato é que um Congresso impopular, que, então, já vai aprovar o teto de gastos contra a vontade da maioria, teria pouca disposição para se engajar para valer numa reforma da Previdência. Aí o tolo pode repetir o argumento do espertalhão de esquerda: “Ora, por isso uma eleição direta seria fundamental; o eleito teria legitimidade para cuidar disso…”
É mesmo? Alguém imagina um candidato em 2018 a defender a reformada Previdência e o corte de gastos?
A isso nos conduziu a depredação sem trégua da política.
Só não vale dizer que assim é por falta de aviso.
Sim, eu avisei.
E apanhei bastante por isso.
Mas o tempo está se encarregando de mostrar como são as coisas.
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