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segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Ainda no alvo: agora é para tentar atingir Michel Temer no TSE

Mais um vazamento veio à luz, publicado em reportagem do Estadão, e informa que ao menos um dos depoimentos de executivos da Odebrecht dá conta de que a empresa doou R$ 30 milhões pelo caixa dois à coligação “Com a Força do Povo”, que elegeu Dilma Rousseff à Presidência, tendo Michel Temer como vice.

Há ações no Tribunal Superior Eleitoral que julgam abuso de poder político e econômico supostamente praticado pela coligação. A chamada fase de instrução do processo ainda está em curso. Quando a delação for homologada por Teori Zavascki, pode haver pedido para compartilhamento desses dados. Desde logo, está criada uma questão jurídica: saber se elementos novos poderão ser agregados ao inquérito ou não.

Segundo reportagem do Estadão, o casal João Santana e Mônica Moura também estaria acertando um acordo de delação e igualmente relatariam a entrada de caixa dois na campanha da coligação.

O caso será julgado pelo TSE em 2017. O que vai acontecer? Vamos ver. As contas de Dilma e Temer serão mesmo consideradas uma só, ou se vai estabelecer distinção entre a arrecadação feita pelo PT e a feita pelo PMDB? Dilma não tem mais mandato a perder. Temer tem. Um tribunal eleitoral cassará um mandato eletivo com base apenas numa delação? Outros elementos de prova surgirão até lá?

O TSE certamente vai julgar ações que lá estão antes da conclusão da Lava Jato e do julgamento de todos os envolvidos nas falcatruas, não importa a instância. Terá ele elementos suficientes para, eventualmente, cassar um mandato de presidente da República?

Apontei aqui na semana passada que havia uma bateria voltada contra Michel Temer, com o intuito de derrubá-lo. Como diz editorial do próprio Estadão, seria ingênuo não reconhecer o óbvio. Hoje, a Força Tarefa e seus vazadores transformaram o presidente em alvo. A imprensa, destaque-se sempre, tem de cumprir o seu papel. Não lhe caba guardar sigilo do que vaza. Essa é tarefa dos funcionários do Estado brasileiro encarregados da questão.

É claro que esse tipo de coisa dificulta a governança.

Aí diz o ingênuo “Ah, então é por isso que o melhor seria mesmo fazer eleições diretas e pronto?!” Pois é… Será mesmo? Alguém aí imagina candidatos dizendo que vão manter a PEC do Teto de gastos, que pretendem defender a reforma da Previdência ou encaminhar uma reforma trabalhista?

Eleição direta, nesse caso, coincide com o Brasil no buraco.

Ah, sim: daqui a pouco, informo aqui, em primeira mão, os quatro pilares da reforma trabalhista de Michel Temer. A reforma que não haverá, também ela, se os malucos triunfarem.

O tempo dirá.


Arquivado em:Blogs, Brasil, Política


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