Coitada da Petrobras! Se a empresa tivesse sido exemplarmente administrada; se lá só houvesse os Varões de Plutarco do óleo; se nada de errado acontecesse ou tivesse acontecido, este já seria, sem dúvida, um mau momento para o setor. Imaginem, então, sendo as coisas como são.
Uma conjunção de fatores que nem estão interligados concorreu para um só efeito: derrubar o preço do barril de petróleo ao preço mais baixo desde 2003, sendo negociado a US$ 27. Por quê? A economia chinesa, grande consumidora do produto, experimenta uma notável desaceleração econômica; a Arábia Saudita e aliados do Golfo Pérsico resolveram aumentar a produção; com o fim das sanções, o Irã voltou ao mercado. A Agência Internacional de Energia prevê que o mundo estará inundado de petróleo barato neste ano.
Má notícia para a Petrobras. Desta vez não são os incompetentes; desta vez não são os corruptos; desta vez, não são os larápios. Ocorre que isso acontece num momento em que a estatal está beijando a lona. Fatores sobre os quais o Brasil não tem controle nenhum extremam as dificuldades decorrentes dos erros e safadezas.
Resultado: um novo tombo nas ações da estatal. As preferenciais fecharam o dia com queda de 4,93%, a R$ 4,43; as ordinárias se desvalorizaram 3,57%, a R$ 5,93.
Tivesse tido uma gestão eficiente, a Petrobras estaria em dificuldades. Mesmo com a lambança, estivesse o petróleo lá nas nuvens, e o abismo estaria mais distante. Ocorre que se juntaram as circunstâncias que não são da escolha dos petistas com aquelas que são.
E a Petrobras foi para o buraco.
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