Vejam acima três fotos da bandeira do Paraná, manchada de tinta, rasgada, vilipendiada. Voltarei a elas mais tarde. Agora, outras considerações.
Embora os professores do Paraná estejam entre os mais bem-remunerados do país, parte da categoria está em greve — a que segue a orientação do sindicato, que é petista. As pessoas podem deixar de trabalhar mesmo não havendo motivos? Podem. Desde que arquem com as consequências. Os alegados para a paralisação do trabalho no Estado são falsos. Uma coisa, no entanto, é certa: à violência, ninguém pode recorrer. E ponto. Nesse caso, não se trata de ação de grevistas, mas de bandidos.
Atenção para o que vai agora: o senador Álvaro Dias, tucano do Paraná, decidiu apadrinhar a candidatura do marxista Luiz Edson Fachin para o Supremo. Consta que o governador Beto Richa (PSDB) também. Pois é… Não vou tratar aqui de autoria em sentido criminal, penal, mas de identidade de valores.
A, vamos dizer, autoria ideológica — refiro-me à ideologia como conceito político — da ação truculenta daqueles que se dizem professores é de gente como Fachin e seus amigos. Basta ler o que pensa este senhor sobre os movimentos sociais para saber que ele acha que o direito se constrói assim mesmo, na “luta” e na “rua”.
Pergunta-se: os métodos a que recorre o MST, liderado por João Pedro Stedile, um dos padrinhos de Fachin, são muito diferentes dos empregados pelos professores? Resposta: não! A depender do caso, os sem-terra podem ser ainda mais truculentos.
Atenção! Os indivíduos fazem escolhas e, assim, vão fazendo história. Mas essa história é feita segundo crenças e valores. O pensamento jurídico de Fachin — e quero, aqui, fazer justiça à sua trajetória — instrui justamente os que decidem, como é mesmo? “fazer história” na base do berro.
Se políticos eleitos do Paraná passam a endossar seu nome para o Supremo apenas porque o homem fez carreira no Estado, então é forçoso reconhecer que ajudam a conduzir à corte máxima do país alguém cujos valores contribuem para rasgar a bandeira e entronizar a baderna.
Não há meio-termo nem meio tom nessas coisas. Dias e Richa, no que diz respeito a Fachin, terão de escolher entre valores que execram esse tipo de manifestação e valores que o endossam.
É simples assim. É complicado assim.
Ah, sim: as cenas grotescas vistas lá no alto são do dia Primeiro de Maio, e a bandeira arriada e rasgada é a que tremulava em frente ao Palácio Iguaçu. A tinta vermelha é uma alusão ao sangue dos grevistas, derramados, segundo os esquerdistas, pela PM. Vai ver o sangue dos muitos policiais feridos não é vermelho…
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