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quinta-feira, 18 de outubro de 2018


Embora estejamos caminhando para o segundo turno da eleição presidencial há muitos assuntos que ficaram fora da pauta das proposições dos candidatos. Um desses assuntos que reputo como muito importante é o "globalismo". Não se deve confundir os termos globalização e globalismo. Grosso modo, o primeiro refere-se ao plano econômico relativo ao comércio internacional, já o segundo define um projeto político, isto é, um sistema de poder global do qual a ONU está entre os principais organismos que tentam levar a termo essa manobra destinada a fazer picadinho dos Estados-Nação.
Já me referi aqui no blog a este assunto. Entretanto, um texto traduzido pelos Tradutores de Direita lança um facho de luz que rasga as trevas. O assunto jamais é pauta para os veículos da grande mídia e, quando muito, é tratado como "teoria conspiratória". No entanto há um bom tempo é discutido e analisado principalmente por veículos de mídia conservadores nos Estados Unidos. 
No prólogo de apresentação do texto sua página do Facebook, os Tradutores de Direita anotam: 
"A identidade de uma nação, e a sua força, está em sua independência, em não abrir mão daquilo que lhe é essencial, preconizava Alexander Hamilton. Dependência umbilical a interesses internacionais, mesmo com garantias de vantagens a curto e médio prazos, rendunda em desastres inevitáveis. Assim ocorreu com a Grã-Bretanha, assim veio o Brexit, e essa subserviência leiloa setores estratégicos do Brasil para a China, através do BRICS, além de acatar diretrizes do bloco em vários âmbitos da sociedade brasileira."

O título desta postagem é do artigo que segue:


Por Patrick J. Buchanan [*]

Robert Bartley, o falecido editor do Wall Street Journal, era um fanático pelo livre comércio e por décadas defendeu uma emenda de quatro palavras à Constituição: “As fronteiras serão abertas”.
Ele reconheceu o que significaria o apagamento das fronteiras americanas e o influxo sem fim de pessoas e mercadorias estrangeiras para o seu país.
Bartley disse: “Eu penso que o Estado-nação está acabado”.
Sua visão e sua ideologia tinham um antigo pedigree.
Esse culto ao livre comércio e às fronteiras abertas floresceu primeiro na Grã-Bretanha do século XVIII. O São Paulo dessa fé pós-cristã era Richard Cobden, que hipnotizou as elites com a grandeza de sua visão e o poder de sua retórica.
No Auditório do Livre Comércio em Manchester, em 15 de janeiro de 1846, a multidão era tão imensa que assentos tiveram que ser removidos. Lá, Cobden vociferou:
“Eu olho além, eu vejo no Livre Comércio o princípio que deverá agir no mundo moral como o princípio da gravitação no universo, atraindo homens, deixando de lado os antagonismos de raça e de credo e de língua e nos unindo nos laços da eterna paz”.
A Grã-Bretanha se converteu a essa fé utópica e abriu seus mercados para o mundo. No entanto, um outro sistema foi adotado no Altântico, que seria conhecido como “Sistema Americano”.
A segunda lei, assinada pelo Presidente Washington, foi a Lei da Tarifa de 1789. O Pai Fundador dos EUA disse em seu primeiro discurso ao Congresso: “Um povo livre […] deveria privilegiar tais manufaturas ao ponto de tornar-se independente de outros povos nos bens de primeira necessidade, particularmente nos suprimentos militares”.
Em seu “Relatório sobre Manufaturas”, de 1791, Alexander Hamilton escreveu “Toda nação deve se empenhar em ser autossuficiente em todos os bens de primeira necessidade, tais como os meios de subsistência, moradia, vestuário e defesa”.
Isso era sabedoria nascida da experiência.
Em Yorktown, americanos tiveram que depender dos mosqueteiros e navios franceses para conquistar sua independência. Eles estavam determinados a erigir um sistema que iria cessar nossa dependência da Europa para suprir as necessidades de nossa vida nacional e estabelecer novos laços de dependência mútua entre os americanos.
A loucura da Grã-Bretanha tornou-se manifesta na Primeira Guerra Mundial, já que uma América independente ficou de fora enquanto vendia para uma Inglaterra dependente de importados a comida, os suprimentos e as armas de que ela precisava para sobreviver, mas que não podia produzir.
Os primeiros grandes passos dos Estados Unidos rumo ao livre comércio, fronteiras abertas e globalismo vieram com a lei de Expansão do Comércio do presidente John Kennedy e a Lei de Imigração do presidente Lyndon Johnson em 1965.
Ao fim da Guerra Fria, contudo, uma reação se manifestou e um grande despertar se iniciou. Os déficits do comércio exterior dos Estados Unidos em mercadorias estavam crescendo às centenas de bilhões e mais de um milhão de imigrantes legais e ilegais estavam inundando anualmente, alterando de forma visível o caráter do país.
Os americanos estavam começando a perceber que o livre comércio estava destruindo a base manufatureira da nação e que fronteiras abertas significavam perder o país onde eles cresceram, o que é a pior coisa do mundo.
A nova resistência do homem ocidental à agenda globalista está agora manifesta em todo lugar.
Nós vemos isso na hostilidade de Trump ao NAFTA (North American Free Trade Agreement – Tratado Norte-Americano de Livre Comércio), ao impor tarifas e no seu muro de fronteira.
Também percebemos isso na declaração de independência da Inglaterra da União Europeia no Brexit, bem como nos triunfos políticos dos nacionalistas poloneses, húngaros e tchecos, nos partidos anti-União Europeia surgindo pela Europa, nos movimentos secessionistas na Escócia, na Catalunha e na Ucrânia e na admiração pelo nacionalista russo Vladmir Putin[1].
Os europeus começaram a se ver como povos aborígenes cujo velho continente está mortalmente em perigo pelas centenas de milhões de invasores entrando pelo Mediterrâneo e desesperados para vir e ocupar suas terras natais.
A quem pertence o futuro? Quem decidirá o futuro do Ocidente?
O problema dos internacionalistas é que a visão que eles têm a oferecer – um mundo de livre comércio, fronteiras abertas e governo global – é um constructo mental que não entusiasma o coração.
Homens lutarão por suas famílias, sua religião e seus países, mas quantos abrirão mão de suas vidas pelo pluralismo e pela diversidade?
Quem lutará e morrerá pela Eurozona e pela União Europeia?
Em 4 de Agosto de 1914, os alemães sociais-democratas e anti-militaristas, o maior e mais velho partido socialista da Europa, votaram a favor das dotações orçamentárias necessárias para que o Kaiser guerreasse contra a França e a Rússia. Com o exército alemão em marcha, os socialistas alemães eram alemães nacionalistas.
O patriotismo triunfa sobre a ideologia.
No livro “Present at the Creation” (“Presente na Criação”), Dean Acheson escreveu sobre o mundo pós-guerra e as instituições nascidas nos anos em que ele serviu aos presidentes Franklin Delano Roosevelt e Harry Truman no Departamento de Estado: as Nações Unidas, o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial, o Plano Marshall e, com a divisão entre Oriente e Ocidente, a Organização do Tratado do Atlântico Norte.
Nós estamos presenciando agora o fim de tudo isso.
E nossas elites transnacionais têm um problema aparentemente insolúvel.
Para milhões que se levantam no Ocidente, o globalismo das fronteiras abertas e do livre comércio que as elites valorizam e defendem não é um futuro glorioso, mas uma ameaça existencial à soberania, à independência e à identidade dos países que milhões de pessoas amam. E elas resistirão bravamente a essa morte.


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