O governo e os petistas — que, como todos sabemos, adoram a Operação Lava Jato, não é mesmo? — inventaram uma segunda mentira contra a eventual posse de Michel Temer: seria parte de uma tramoia para brecar a Lava Jato. E saem plantando isso por aí, jogando falsas evidências e colhendo falsos resultados. Mas há jornalistas reproduzindo a falácia por aí. Nota: os próprios membros das operação já deixaram claro ser isso impossível.
No post anterior, trato da eventual indicação de Alexandre Moraes para a AGU e do absurdo que consiste em afirmar que, no cargo, ele poderia ajudar o presidente da Câmara. Simplesmente não haveria caminho para isso.
Waldir Maranhão (PP-MA), vice-presidente da Câmara, decidiu ontem que eventuais provas contra Cunha que estejam fora da denúncia originalmente apresentada contra ele não poderão ser usadas pelo Conselho de Ética. E a denúncia original é a de que ele mentiu quando negou ter contas no exterior. As outras provas que a Lava Jato produziu não poderão ser empregadas.
NOTA ANTES QUE CONTINUE: acho isso um absurdo? É claro que sim, a exemplo de toda imprensa. Mas acho igualmente estupefaciente que não se possam usar provas contra Dilma que estejam relacionadas a delações premiadas feitas depois da denúncia oferecida à Câmara. E não adiante tentar argumentar que são procedimentos distintos porque não são. Mas há mais.
Repórteres e colunistas estão tratando a decisão de Maranhão como parte de um suposto acordão que teria resultado na derrota da presidente Dilma na votação de domingo. É um absurdo sem par. Sabem por quê? Maranhão, de fato, era tido inicialmente como um voto contra a presidente. Mas mudou de ideia depois de uma reunião com Lula e disse “não” ao impeachment.
Ganha um troféu de “Ilógica Elementar” quem conseguir demonstrar que Maranhão, que votou com Dilma, está agora protegendo Cunha como parte já do acordão para tirar a presidente do cargo.
Jornalistas deveriam se obrigar ao menos a ser lógicos. Ou a explicar, então, por que não são.
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