Lembro-me daquele domingo em que a Câmara dos Deputados detonou Dilma de forma arrasadora. E fiquei mesmo surpreso pelas reações de diversas pessoas de todos os extratos sociais quando fui almoçar num restaurante aqui em Florianópolis. Pessoas que jamais me procuraram para falar sobre política, ainda que sabendo que sou jornalista com blog ativo na internet há quase uma década, naquele domingo histórico se revelaram curiosas e torcendo pelo impeachment. "Será que ela (Dilma) cai ou não cai? - indagavam ansiosas. E não precisava ser jornalista para intuir que o resultado seria aquele que aconteceu. Mas as pessoas estavam inquietas. Talvez mais inquietas e ansiosas do que em jogo decisivo para o Brasil num final de Copa do Mundo.
Quando o último voto foi concluído pelo impeachment a cidade explodiu. Foguetório geral aqui em Florianópolis, gritos, buzinaços. Essa algazarra comemorativa ocorreu em todo o Brasil.
A segunda-feira amanheceu silenciosa. E como a maioria já tivesse a certeza que impeachment avançaria no Senado, as 'armas' foram ensarilhadas, mas continuam à mão. Os senadores, velhos de guerra na política, sabem que o povo brasileiro como nunca antes na história deste país está acompanhando tudo. Qualquer vacilo por parte de suas excelências significará o repúdio imediato e impiedoso da maioria da população brasileira, especialmente dos eleitores.
Este é o pano de fundo do palco onde se desenvolvem as escaramuças políticas neste momento. Todos dependentes da votação do impeachment no Senado. O foco é este. Há um silêncio geral e irrestrito nas ruas. Quem faz barulho, ou pelo menos tenta fazer, são os jornalistas da grande mídia. No entanto, um barulho abafado, decorrente da ausência de fatos concretos. A ninguém, a não ser aos atores envolvidos nos bastidores da política, talvez interesse a profusão de especulações entremeadas de mentiras e balões de ensaio.
Se as coisas ficassem apenas no terreno especulativo, que aliás faz parte desse interregno da votação final, tudo bem. Entretanto, quando os veículos de mídia tentam influir no resultado de forma desabusada trocando a informação legítima pela deletéria desinformação em proveito dos atuais inquilinos do Planalto, tem-se uma manipulação criminosa da opinião pública e isto tem de ser denunciado.
De tudo que se fala por meio da mídia nestes últimos dias pouca coisa é fato concreto. Entretanto, o site Diário do Poder, dirigido pelo jornalista Cláudio Humberto baseado em Brasília, trouxe no início desta madrugada uma informação digna de nota. Ainda que seja uma especulação terá por certo o apoio da maioria dos brasileiros caso venha a se tornar realidade.
A nota de Cláudio Humberto revela que se Michel Temer for investindo na condição de Presidente da República com o afastamento da Dilma, sua primeira medida a ser anunciada ao povo brasileiro será o fim da reeleição em todos os níveis.
De tudo que foi publicado nos últimos dias pelas editorias dos jornalões e redes de TV, não resta dúvida de que esta é uma notícia interessantíssima. Concluo estas linhas reproduzindo na íntegra a informação do Diário do Poder. Leiam:
O vice-presidente Michel Temer afirmou a interlocutores do Congresso que uma de suas primeiras providências, na eventualidade de assumir a presidência da República, será enviar ao Congresso uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) extinguindo a reeleição para cargos majoritários, inclusive o dele, já valendo para as eleições de 2018. Em qualquer quadro, Temer garante que não disputará qualquer cargo. A informação é do colunista Claudio Humberto, do Diário do Poder.
Michel Temer prevê pressões para preservar o “direito à reeleição” dos eleitos em 2014 e 2016. Nesse caso, ele promete não ser candidato.
Para demonstrar seu compromisso, Temer garante que já no discurso de sua eventual posse anunciará o fim da reeleição no Brasil.
A decisão de acabar a reeleição soou como música aos ouvidos da cúpula do PSDB, que não abre mão do projeto presidencial.
O fim da reeleição para cargos majoritários, e até para mesas diretoras no Poder Legislativo, é raro consenso no debate sobre reforma política.
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