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sexta-feira, 22 de abril de 2016

MBL protesta em NY; daqui a pouco outra manifestação. Ou: É falsa a oposição coxinhas X mortadelas

 

Renan Santos e Kim Kataguiri (centro) em protesto nesta manhã, em frente à ONU (foto: Anna Virginia Baloussier/Folhapress)

Renan Santos e Kim Kataguiri (centro) em protesto nesta manhã, em frente à ONU (foto: Anna Virginia Baloussier/Folhapress )

O Movimento Brasil Livre promoveu, na manhã desta sexta, um protesto em frente à sede da ONU, em Nova York, deixando claro que o que está em curso no Brasil é um processo de impeachment, não de golpe de Estado. Brasileiros que moram na cidade e nas imediações compareceram à manifestação. Às 17h, hora local, haverá outro ato. Kim Kataguiri, Renan Santos e Alexandre Santos, da coordenação nacional, deslocaram-se até a cidade para chamar a atenção para a empulhação em curso. Ainda voltarei ao tema.

Tem lá a sua graça fazer como faz a Folha, que promove uma oposição entre “coxinhas” – os favoráveis ao impeachment de Dilma – e os “mortadelas”, que defendem a sua permanência no cargo. Destaque-se, de resto, que o termo “coxinha” acabou incorporado pelos próprios adversários do PT. Aquilo que deveria ser uma pecha acabou virando um sinal de identidade. Mesmo assim, a polarização me incomoda porque traz uma falsidade essencial.

Cada um decida ser o que lhe parecer melhor, claro! Mas chamo a atenção para o fato de que os “coxinhas”, à diferença dos “mortadelas”, estão combatendo o assalto aos cofres públicos. Não se trata de duas faces legítimas de uma questão: o que fazer e o que não fazer com o dinheiro público. Aí, sim, poderia haver um confronto legítimo de prioridades — digamos que os coxinhas escolhessem investir em infraestrutura e produção para que estas gerassem as riquezas permanentes que iriam combater a pobreza, e os mortadelas preferissem um programa de assistência direta. Estaríamos no mundo de polarizações legítimas e dignas.

Mas não é isso, não! Ser coxinha hoje significa ser contra, por exemplo, o assalto à Petrobras. Ser mortadela implica dar de ombros pra isso e achar que vale a pena roubar se for por um nobre propósito — como se isso fosse possível.

Assim, estabelecer essa falsa polarização entre coxinhas e mortadelas implica, necessariamente, tratar como coisas equivalentes o que presta e o que não presta, o que pode e o que não pode ser consumido, o que alimenta e o que provoca disenteria moral.



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