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terça-feira, 26 de abril de 2016

PSDB não vai se opor a tucanos no governo Temer

Parece que o PSDB vai chegar a bom termo sobre a participação da legenda no governo de Michel Temer. O senador Aécio Neves (PSDB-MG), presidente do partido, diz que não deve haver vetos.

Os tucanos pretendem apresentar a Temer uma agenda com 12 pontos com os quais gostariam que o futuro presidente se comprometesse. Um deles reivindica que não haja nenhuma forma de ingerência do Executivo na Lava-Jato.

“Há um disposição clara do PSDB de contribuir para a superação da crise e faremos isso sugerindo uma agenda emergencial para o país”, disse Aécio.

Bem, antes assim. A ideia de dar apoio ao novo governo no Congresso, mas sem participar da gestão, chegou a tomar corpo, mas parece que está sendo abandonada. Ainda bem! Tratava-se mesmo de um absurdo. Seria uma omissão inaceitável, que remeteria ao pior comportamento do PT, em 1992.

Dadas a deposição de Collor e a ascensão de Itamar Franco, os petistas se negaram a integrar o novo governo. E fizeram ainda pior: passaram para a franca oposição ao governo. O então deputado federal Jaques Wagner chegou a entrar com uma denúncia contra o novo presidente, com vistas a seu impeachment. Em vez de investir na amenização da crise, a legenda fez o contrário.

Não se sabe quantos e quais serão os quadros do PSDB a integrar a gestão Temer. Um nome é dado como certo: José Serra. Chegou a ser cotado para a Fazenda, mas parece que essa hipótese esfriou. O ainda vice estaria mais inclinado por Henrique Meirelles, presidente do Banco Central nas gestões Lula. Aliás, se o PT tivesse sobrevivido no poder, com Lula como coordenador, Meirelles seria ministro.

Temer tem uma preocupação compreensível: não quer escolher Serra ao arrepio do PSDB porque sabe que isso poderia causar embaraços. Os tucanos que resistem ao nome do senador como ministro avaliam que ele pode se cacifar para disputar a Presidência da República. E a Fazenda muito especialmente lhe daria uma visibilidade formidável nesses dias de crie.

Tanto FHC como Armínio Fraga —, o primeiro nome da lista de Temer, mas que recusou o convite — defendem que seja o senador paulista a ocupar a pasta. Curiosidade: caso a Fazenda fique com Meirelles, do ponto de vista intelectual, o lugar será ocupado por um antípoda do tucano.

Mas Meirelles é bom nome? Goza de prestígio no mercado e certamente provocaria um efeito calmante. Mas, sinceramente, acho que ele poderia ir para o Banco Central. É treinado para cuidar da política monetária, não para pensar uma equação maior, que envolverá a atividade econômica, o emprego e, sim, as demandas sociais.

Um ministro da Fazenda tem de trabalhar em harmonia com o presidente do BC. Mas harmonia não quer dizer confusão de domínios. Uma autoridade monetária que pensasse com a cabeça de um político faria certamente um mau trabalho. Um ministro da Fazenda que pensasse com a cabeça de um presidente do BC também não parece recomendável.

Está por pouco. Logo saberemos. Saúde-se aqui a decisão dos tucanos: participar do novo governo, para eles, é agora um imperativo ético.



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