Vamos lá. Em tempos em que todos suspeitam de todos, certos textos têm de começar pelas “negativas”. Sabem quantas vezes estive pessoalmente com Alexandre de Moraes, secretário de Segurança de São Paulo? Nenhuma! Sabem quantas vezes falei com ele ao telefone? Três. Acompanho o seu trabalho e o considero um profissional competente, além de ter excelente reputação como acadêmico, na área de Direito Constitucional. É professor da USP. Eu o vejo agir sempre com o decoro que o cargo exige.
Consta que Moraes é cotado para a Advocacia Geral da União num eventual governo de Michel Temer. Tomara que seja verdade. Mas circula, no entanto, a conversa de que Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de quem Moraes foi advogado em uma causa, é que o teria indicado — ou feito “lobby” pela sua nomeação.
Evidentemente, quem põe isso para circular não está interessado na nomeação de Moraes. Junto com a suposta informação, vem a ilação: na Advocacia-Geral da União, ele teria como ajudar Cunha na sua saga para tentar se livrar de punições.
Notem: eu não vou aqui negar que Cunha tenha sugerido o nome de Moraes. Se eu tivesse apurado que “não”, negaria. Mas nem fui atrás disso. O que me importa é outra coisa: faço aqui um desafio. Desafio alguém a provar que um advogado-geral da União, Moraes ou qualquer outro, tenha algo a fazer por Cunha. De que modo? Em que instância? Com quais instrumentos de pressão?
É mais ou menos como dizer que Cunha ganhou o direito de indicar alguém para o Ministério da Previdência na esperança de que isso possa cabalar votos pra ele no Supremo.
Se alguém tem algo de substancial a apontar contra a eventual nomeação de Moraes para o AGU, que o faça, então. Essa história de que ele poderia ajudar Cunha estando no cargo não faz o menor sentido.
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