Já deveria ter tratado do assunto, dada a sua importância, mas sabem como é… Os dias andam agitados… Reportagem da Folha desta quarta traz à tona uma coisa grave. Na verdade, muita gente já supunha que estivesse em curso. Mas agora há uma comprovação. Ao menos um potencial delator decidiu, vamos fizer, “negociar” as suas verdades…
Uma gravação que integra um dos processos da Lava Jato revela que Alexandre Magotto, ex-sócio de Lúcio Bolonha Funaro, tentou extorquir o ex-companheiro de negócios. Numa conversa com um interlocutor de Funaro, ele cobra uma suposta dívida de R$ 12 milhões, com o pagamento imediato de R$ 100 mil. Ou é isso, ou ele conta aos procuradores o que sabe — ou diz saber…
Ao interlocutor, identificado como “Bob”, afirma:
“Eu quero estar do lado do Lúcio e que ele não me desampare financeiramente nem juridicamente. Mas eu já quero cem pau agora, R$ 100 mil”.
O áudio foi anexado ao processo pela defesa de Funaro, acusado de ser o operador de Eduardo Cunha nas lambanças envolvendo a Caixa Econômica Federal. O delator, nesse caso, é Fábio Cleto, um ex-vice-presidente do banco público.
Bob chega a perguntar o que Magotto poderia fazer por Funaro e ouve a seguinte resposta: “Não depor contra ele já é um grande favor. Eu sei toda a história do Schahin”.
Como lembra a Folha, “a Schahin é investigada na Lava Jato e acusa Cunha e Funaro de terem achacado a empresa no Congresso. O motivo seria uma dívida de R$ 1 bilhão que Funaro cobra por prejuízo que a empreiteira teria lhe causado em uma obra de hidrelétrica em Rondônia”.
Um evento como esse é suficiente para pôr sob suspeição todas as delações premiadas? É claro que não! Mas estamos diante de um sinal de que é preciso, sim, haver um disciplinamento.
Afinal, tendemos a nos esquecer de que, na maioria das vezes, delatores premiados são bandidos. E não se convertem ao bem apenas porque decidiram denunciar os seus comparsas com o objetivo de livrar a própria pele.
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