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segunda-feira, 20 de julho de 2015

Venezuela e Equador são de esquerda? Sim!

Uma cambada de esquerdista!

Em um artigo publicado hoje no GLOBO, Christopher Sabatini questiona se países como Venezuela e Equador são mesmo de esquerda, e conclui que não, que seus governantes apenas usam os rótulos de socialistas, mas não ajudam efetivamente os mais pobres. Sua conclusão é interessante, pois mostra algo que infelizmente ainda vive na mente de muitas pessoas com boas intenções: para eles, a definição de esquerda e direita é atrelada aos fins, não aos meios.

Ou seja, se você realmente quer ajudar os mais pobres, e mais, se você realmente consegue ajudar os mais pobres, então você é um “progressista”. Mas se você chega ao poder com um discurso socialista e igualitário, e depois entrega apenas mais inflação e miséria, então você não é de esquerda. Isso é absurdo, e representa uma velha tática da esquerda: monopolizar os fins nobres.

Ora, por essa linha de raciocínio, vamos acabar concluindo que os governos mais de esquerda foram… os de direita! Sim, pois foram governos como os de Reagan e Thatcher que mais fizeram pelos mais pobres! Afinal, como sabem os liberais, é o capitalismo de livre mercado que retira tanta gente da condição natural da humanidade, que é a miséria. Se esquerda for um conceito definido com base na efetiva melhora de vida dos pobres, então esquerda é liberalismo!

O autor foca em questões de comportamento também, como o tratamento aos movimentos de minorias, lembrando que países tidos como “neoliberais”, como Peru, Chile e Colômbia, adotaram leis mais amigáveis a essas minorias. Novamente: qual a surpresa aqui? A comunista Cuba sempre perseguiu os homossexuais, e o assassino Che Guevara, ídolo dos idiotas úteis, achava que o trabalho forçado poderia curar gays. Che era… de direita?

O que o autor parece não se dar conta, junto com milhares de outras pessoas, é que a esquerda costuma representar exatamente isso: um abismo intransponível entre discurso e prática, entre narrativa e resultado. A esquerda fala em nome das minorias, da tolerância e dos pobres, mas ajuda apenas a minoria da nomenklatura no poder, mostra-se sempre intolerante com as divergências e prejudica os mais pobres. Esse é o histórico da esquerda na prática!

“Perdido em meio ao fácil selo de esquerdista de Maduro e Correa há um fato singelo: simplesmente dar dinheiro aos pobres não faz de você um socialista ou mesmo um esquerdista. Faz de você um populista (e perdulário)”, escreve Sabatini. Ora, mas é justamente do que os liberais acusam a esquerda: de populismo! Esquerdista adora fazer caridade com o chapéu alheio, em busca de poder e riqueza para seus líderes. Esquerda é populismo, via de regra.

Claro, há espaço para uma esquerda mais moderna, responsável e democrática, que respeita as regras do jogo, a economia de mercado, mas prega mais intervenção estatal em nome da “justiça social”. Essa esquerda, no Brasil, é representada pelos tucanos do PSDB, vistos pela esquerda jurássica como… direita! O que mostra como estamos atrasados no debate político-ideológico.

Eis o fato: quando esses bolivarianos começaram a pregar o “socialismo do século XXI”, nós, liberais, apontamos para o absurdo e previmos o caos, a catástrofe dos resultados inexoráveis de suas práticas, de seus meios. A esquerda, então, vibrava de emoção, acendia velas para os “messias” que finalmente olhavam para os pobres e as “minorias”. Agora, que os resultados previstos se concretizaram, querem tirar esses populistas incompetentes e corruptos da esquerda? Nem pensar!

Venezuela, Equador, Argentina, Bolívia e Brasil são, sim, governados pela esquerda! E não por outro motivo temos, nesses países, resultados tão negativos para os mais pobres e também as “minorias”. Pois esquerda sempre foi isso: falar em nome do povo para chegar ao poder, e depois ferrar com o povo!

Rodrigo Constantino



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