Advogada Beatriz Catta Preta |
Uma semana depois de renunciar misteriosamente à defesa de réus do petrolão, a advogada Beatriz Catta Preta quebrou o silêncio. Em entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo, ela afirmou que decidiu deixar a advocacia e atribuiu sua saída do caso à perseguição por integrantes da CPI da Petrobras que tentaram convocá-la para prestar depoimento. A acusação grave joga luzes para uma faceta obscura do Congresso Nacional: a tentativa de intimidação da advogada responsável por orientar as delações que arrastaram a cúpula do Legislativo para o centro do escândalo.
"Depois de tudo o que está acontecendo e por zelar pela minha segurança e dos meus filhos, decidi encerrar minha carreira. Eu fechei o escritório", disse a advogada. Segundo ela, as ameaças não são diretas, mas "vêm de forma velada, cifrada".
Catta Preta não citou nomes de políticos, mas admitiu que a pressão aumentou consideravelmente depois que o lobista Julio Camargo, da Toyo Setal, citou o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), como destinatário de 5 milhões de dólares do propinoduto que sangrou a Petrobras. E por que só agora Julio Camargo resolveu mudar seu depoimento e complicar Eduardo Cunha? "Ele tinha medo de chegar ao presidente da Câmara", respondeu a advogada. "A fidelidade da colaboração, um colaborador não pode mentir. Isso o levou a assumir o risco e levar todos os fatos aos procuradores", disse.
Cunha nega as acusações, que o levaram a romper com o governo Dilma Rousseff, a quem atribui manipulação no rumo das investigações para atingi-lo.
A retaliação à advogada foi feita por meio da aprovação de um requerimento, de autoria do deputado Celso Pansera (PMDB-RJ), para convocar Catta Preta a prestar depoimento à CPI, onde seria questionada sobre quanto e como recebeu seus honorários para defender os réus da Lava Jato. Na entrevista, ela disse que ganhou menos da metade dos 20 milhões de reaisa aventados nos bastidores do Congresso e que o dinheiro foi recebido por meio de transferências bancárias e cheques em suas contas. "Minha vida financeira é correta. Nunca recebi um centavo fora do Brasil."
O autor do requerimento de convocação da advogada já foi classificado pelo doleiro Alberto Youssef como um "pau mandado" do presidente da Câmara. A convocação foi aprovada de forma simbólica - sem registro nominal dos parlamentares - por todos os presentes à sessão. Nesta quinta-feira, contudo, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, concedeu habeas corpus que desobriga Catta Preta a comparecer à CPI.
Catta Preta negou ter "fugido" do país ou estar de mudança para os Estados Unidos. "Eu estava em férias, costumo viajar. Nunca cogitei fugir do país", disse. Do site de Veja
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