Por Graciliano Rocha, na Folha:
Advogados de defesa de executivos da Odebrecht afirmam que eles estão sendo prejulgados e apontam o que dizem ser erros cometidos pelo Ministério Público Federal ao delinear as supostas relações da empreiteira com o pagamento de propina no exterior.
Na noite desta segunda-feira (13), as defesas do presidente do grupo, Marcelo Odebrecht, e dos executivos afastados Alexandrino de Alencar e Rogério Araújo ingressaram com manifestações contra o pedido de continuidade da prisão preventiva apresentado pelo Ministério Público Federal.
“Só o fato de o MPF ter apresentado uma manifestação de reforço da prisão mostra que ela não tem fundamento e merece ser revogada. Os dados que o MPF apresenta como novos e incriminadores são, na verdade, velhos e equivocados”, disse Dora Cavalcanti, defensora de Odebrecht e Alencar.
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“Existem erros. Procuradores apresentam tabelas que não mostram nenhum vínculo entre o Alexandrino de Alencar e as contas [no exterior] que eles invocam. Somam a isso uma acusação genérica ao Marcelo [Odebrecht] que seria o responsável por tudo e por todos, ignorando o porte da Odebrecht”, afirmou a advogada.
“Nem se ele tivesse o dom da onipresença e da ubiquidade”, ironizou. Segundo ela, erros factuais estão relacionados às offshores Klienfeld Services Ltd e Intercorp Logistics, sediada em paraísos fiscais e apontadas como escalas do dinheiro da Odebrecht rumo às contas secretas do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa na Suíça.
Em dezembro de 2014, a força-tarefa da Operação Lava Jato atribuiu essas mesmas offshores a Augusto Amorim da Costa, apontado como distribuidor de propinas para a empreiteira Queiroz Galvão.
Telefonemas
Na semana passada, procuradores apresentaram um cruzamento de 135 telefonemas entre Rogério Araújo e Bernardo Freiburghaus, operador que teria feito o pagamento de propina no exterior, com extratos bancários de contas mantidas por Paulo Roberto Costa na Suíça. Segundo o Ministério Público, o levantamento relacionou ao menos 15 conversas pelo celular dos dois com 22 transferências para o ex-diretor Paulo Roberto Costa. Segundo a Procuradoria, a distribuição do dinheiro ocorria em, no máximo, oito dias após cada ligação.
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Conforme a representação [da defesa], um dos erros mencionados é um depósito de US$ 400 mil. Citada pelo MPF como tendo ocorrido em 6 de novembro de 2012, data de um dos telefonemas entre os dois, a transferência para uma das contas do ex-dirigente da estatal fora realizada quatro dias antes.
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