Lula, a quem chamo “Babalorixá de Banânia”, numa homenagem duvidosa a Kakânia, de Musil (pesquise a respeito se for o caso), resolveu me atacar na sexta-feira, dia 12, na abertura do 5º Congresso do PT. No lugar dele, eu jamais pagaria esse pau a um crítico, a menos que a crítica me incomodasse bastante. Parece ser o caso. O chefão petista confundiu uma coluna que escrevi aqui no dia 24 de abril do ano passado (aqui) com um post do meu blog, no site da “Veja”, e me chamou de “blogueiro falastrão”. Por que a braveza? Afirmei então: “O PT começou a morrer. Que bom!”.
Uma leitura um tantinho atenta daquele texto –e não espero muito de quem já confessou ficar com sono lendo até Chico Buarque; a minha sintaxe, afinal, vai um pouco além do dó-ré-mi– evidencia que não antevi a iminente desaparição do partido, ainda que pudesse ser do meu gosto. E é. O PT tinha começado a morrer, asseverei, como organização vocacionada a ser o imperativo categórico. É teoria política, não o varejão em que Lula se especializou.
Seis meses antes das eleições, a legenda sonhava com a maior bancada da história para impor a reforma política dos sonhos, na base de plebiscitos.
Não iria acontecer, percebi. E não eram os protestos contra a Copa que me alertavam para o começo da morte do PT, até porque eles ainda estavam vincados pela linguagem e pelas palavras de ordem das esquerdas, o que não implica que os manifestantes soubessem disso. É que havia algo de fatalmente regressivo naquele papo de cobrar isso e aquilo “padrão Fifa”. Pedia-se, na prática, mais Estado na veia. E eu notava as palpitações, ainda incipientes, dos que já não mais aguentavam o Estado em sua jugular.
Eu me permito citar um trecho: “Os blogs sujos viraram caricatura. A cultura antipetista está em expansão. E isso, obviamente, é bom. (…) Não sei se Dilma será ou não reeleita (…). Ainda que o partido venha a ter o melhor desempenho de sua história, terá começado a morrer mesmo assim. Refiro-me (…) a uma ‘agitação das mentalidades’ que costuma anunciar as mudanças realmente relevantes”.
(…)
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