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sexta-feira, 26 de junho de 2015

Nossa!!! Agora arrumei admiradores de esquerda! Vade retro, satanás!”

No post anterior, falando sobre os atentados terroristas, cito uma frase de Bernanos, segundo quem “o mundo está repleto da cólera dos imbecis”. Não leio mesmo — até porque não tenho tempo — o que dizem os imbecis a meu respeito.

Mas sempre há alguém que me alerta disso e daquilo. Mesmo assim, resisto. Desta vez, um amigo insiste: “você tem de ler”. Li.

O sujeito, um desses esquerdistas que não sei quem é, escreve algo como “Até Reinaldo Azevedo critica Sérgio Moro”. Esse “até” é mesmo do balacobaco. Fica parecendo que existe uma rejeição universal ao homem, e que eu estaria entre os últimos bastiões da resistência — decidindo, finalmente ceder.

Mas é precisamente o contrário. Moro desperta a admiração de largas maiorias — sei o que estou apanhando na área de comentários. Então, esse “até” não faz sentido. Na cabeça meio oca do sujeito, um “quem diria” até poderia ser procedente. O “até” não. Fazer um esquerdista pensar com lógica não é nem fácil nem difícil. É inútil.

Mais: ele me atribui ter escrito na Folha que Sérgio Moro é “mal-intencionado”. É uma daquelas simplificações muito típicas desses tontos. Escrevi:
“Quero ser regido por legislação conhecida, mesmo que não goste dela, não pelo arbítrio, ainda que de bem-intencionados, se é que isso existe”.

Nem a mais estupida largueza interpretativa permite ler que chamei Moro de “mal-intencionado”. Até porque, se e quando quiser fazê-lo, chamo eu mesmo. Não preciso que outros o façam em meu nome. O que eu disse é que rejeito o arbítrio bem-intencionado. E pus em dúvida se isso existe. Na verdade, acho que não existe.

O cara que escreve, como ele deixa claro, não me tem em alta conta, não. Como é próprio dessa gente, ele gosta de xingar, não de argumentar. Mas, sabem como é, o homem se trai. Quando escreve “até Reinaldo Azevedo critica Moro”, está querendo me usar referência positiva para a sua causa.

Deve ter deixado de ler a parte final da coluna da Folha. Relembro:

“Petistas e seus porta-vozes na imprensa também criticam Moro. As razões são diferentes das minhas. Temem que Lula seja preso. Se os alvos da vez fossem adversários, estariam dando de ombros. Como esquecer que eles e sua Al Qaeda eletrônica transformaram o delegado Protógenes em herói? O homem que queria prender jornalistas e colunistas até se elegeu deputado. Saí, então, em defesa da lei e da imprensa livre. E o fiz porque não sou nem covarde nem oportunista. Gente que contou, então, com o apoio do meu blog, e que o pediu, hoje me ataca. Procurem no arquivo. Está tudo lá.

As pessoas escolhem seu caminho e sua moral. Eu também. Não me arrependo do que escrevi antes. Não me arrependerei do que escrevo agora. Não mudei. Sou parcial: pertenço à parte que só vê saída na democracia e no Estado de Direito. Para mim e para os outros.”

Mais: o “até” traduz uma espantosa ignorância sobre o que tenho escrito neste blog, ao longo de nove anos, sobre direito de defesa, prisão preventiva e operações espetaculares da PF, que tiveram início, diga-se, na gestão petista.



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